Haitong Bank promove saída de 78 trabalhadores
O programa de rescisões amigáveis arrancou no final de Fevereiro, está "praticamente encerrado" e levará a uma redução do quadro de pessoal em cerca de 30%.
O plano de rescisões por mútuo acordo levado a cabo pelo Grupo Haitong em Portugal, o ex-BESI, está praticamente encerrado e vai traduzir-se numa redução do seu quadro de pessoal em cerca de 30%. Com a saída de 78 funcionários o banco ficará com cerca de 200 trabalhadores.
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O plano de rescisões por mútuo acordo levado a cabo pelo Grupo Haitong em Portugal, o ex-BESI, está praticamente encerrado e vai traduzir-se numa redução do seu quadro de pessoal em cerca de 30%. Com a saída de 78 funcionários o banco ficará com cerca de 200 trabalhadores.
“O Haitong Bank confirma que abriu um processo de rescisões por mútuo acordo com alguns trabalhadores, num número correspondente aos que desempenham funções em áreas que não se enquadram nas actividades em que se vai focar futuramente”, disse ao PUBLICO o porta-voz da instituição. E avançou “que os sindicatos bancários já deram conta disso aos seus associados” e “as condições de negociação dizem exclusivamente respeito às partes e, por isso, não as comentamos".
Por seu turno, o presidente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, Rui Riso, contou que “já esta semana fiz um ponto da situação junto do Haitong e fui informado que o programa decorreu como anunciado e estava previsto”. “Fiquei também a saber que o plano está praticamente encerrado e que até se voluntariaram mais pessoas do que o expectável.”
O processo de rescisões amigáveis arrancou a 24 de Fevereiro, termina no final Abril e, segundo fonte do Haitong, é “muito favorável”, quer do ponto de vista “do encaixe financeiro” quer das “contrapartidas sociais”, sublinhou outra fonte da empresa. “Quem aceitou a proposta da gestão ficará no SAMS (Serviço de Assistência Médica Social dos sindicatos bancários) até ao final da vida”. Isto é: enquanto o banco e o trabalhador contribuírem para o sistema de saúde.
Este responsável lembrou, por exemplo, que “há um compromisso de não despedir dois funcionários que constituam entre si um casal” e “há vários nesta situação.”
No início do ano, a sucursal portuguesa do Haitong, que resultou da compra do ex-BESI, anunciou que pretendia adaptar-se “às novas tendências do sector e às actuais contingências dos mercados financeiros internacionais”, sem referir a intenção de avançar com rescisões. E segundo Rui Riso “trata-se de um plano levado a cabo pelo grupo em termos mundiais.”
O programa de rescisões foi desencadeado já depois de o anterior presidente José Maria Ricciardi ter deixado o banco, em Dezembro de 2016, tendo sido substituído por Hiroki Miyazato. Em Dezembro de 2014, o BESI, então na esfera do Novo Banco, foi vendido ao chinês Haitong Securities, por 379 milhões. Um investimento apresentado como sendo a primeira aquisição do Haitong fora da China.
Entre Janeiro e Julho de 2016 (últimos dados conhecidos), o Haitong Bank registou um prejuízo de 21,4 milhões de euros, valor que compara com o lucro de 292 mil euros obtido em igual período do exercício do anterior.