PSD-Matosinhos acusa distrital de “terrorismo político” para avocar processo autárquico
António Barbosa assume que “há essa vontade” desde o início do processo e fala de “falta de lealdade” por parte da distrital
O líder do PSD de Matosinhos, José António Barbosa, acusa a distrital do partido de “não ter coragem política” para assumir que não quer Joaquim Jorge como candidato à câmara e de entrar numa escalada de “terrorismo político contra a concelhia”, para depois avocar o processo autárquico. “A distrital está a fazer terrorismo político contra a concelhia, porque quer pôr alguém da sua confiança como candidato a câmara, mas o meu candidato é o Joaquim Jorge”, afirma, em declarações ao PÚBLICO.
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O líder do PSD de Matosinhos, José António Barbosa, acusa a distrital do partido de “não ter coragem política” para assumir que não quer Joaquim Jorge como candidato à câmara e de entrar numa escalada de “terrorismo político contra a concelhia”, para depois avocar o processo autárquico. “A distrital está a fazer terrorismo político contra a concelhia, porque quer pôr alguém da sua confiança como candidato a câmara, mas o meu candidato é o Joaquim Jorge”, afirma, em declarações ao PÚBLICO.
A escolha do candidato do PSD à Câmara de Matosinhos está num impasse. O independente Joaquim Jorge foi aposta da concelhia para protagonizar a candidatura social-democrata, mas a distrital, liderada por Bragança Fernandes, ainda não ratificou a decisão, alegando que a aprovação do nome na concelhia tinha de ter sido feita por voto secreto, e não de braço no ar, como aconteceu na terceira votação. Depois de dois empates, o líder concelhio propôs que a votação fosse feita de braço no ar. Quem concordou votou, quem discordou saiu da sala. Feitas as contas, Joaquim Jorge foi eleito por sete votos. Os outros sete que se encontravam na sala saíram em sinal de protesto.
Inconformado com a forma como a distrital está a gerir o processo, José António Barbosa conta que, “apesar de ter feito tudo o que Bragança Fernandes lhe pediu” existiu “desde o primeiro momento a intenção de avocar o processo em Matosinhos”.
Barbosa, que se chegou a disponibilizar para ser candidato a Matosinhos, não aceita o silêncio do líder distrital sobre a escolha que fez para a câmara, e dispara contra Bragança Fernandes: “À sexta-feira diz que não dá para Joaquim Jorge ser candidato. À segunda já afirma que o nome dele passa na [votação] da distrital. As pessoas têm que ser sérias e nem sempre o são”. De resto, aproveita para revelar que as “resistências” ao nome de Joaquim Jorge são “idênticas” às que sentiu quando se disponibilizou para ser candidato em Matosinhos.
Afirmando que não vai ficar como o “odioso” deste processo, o dirigente concelhio centra-se em Bragança Fernandes para dizer que “sempre acatou os pedidos que a distrital fez ao longo deste processo” e que lamenta a falta de “coragem política para assumir uma posição relativamente ao candidato - sim ou não”.
José António Barbosa diz não ter dúvidas de que “existe uma vontade de minar a relação das pessoas que fazem parte da comissão política concelhia” e queixa-se da “ingerência permanente” por parte da distrital, no sentido de destabilizar a estrutura concelhia”. “Essa ingerência, contudo, não é de agora, já vem do tempo em que Virgílio Macedo presidia à distrital e que tomou várias iniciativas nesse sentido”, insurge-se, congratulando-se por não o ter conseguido. “Somos um grupo coeso e sabemos quais são as intenções de algumas pessoas”, garante.
Quanto a Joaquim Jorge, ponderou retirar-se da corrida, mas, “por respeito às pessoas” que o apoiam, promete ir até ao fim.