Ministério do Ambiente investiga risco de contaminação de legionella na Maia
Câmara Municipal continua sem informações de caso de legionella em fábrica da Maia e aponta "deslealdade institucional" da Direcção-Geral da Saúde.
Apesar de várias tentativas, a Câmara Municipal da Maia, no distrito do Porto, ainda não conseguiu comunicar com a Direcção-Geral da Saúde (DGS) sobre o caso de um doente confirmado com legionella e de sete outros casos em estudo. O gabinete do ministro do Ambiente João Matos Fernandes anunciou entretanto que uma equipa da Inspecção-Geral do Ambiente já está no terreno para "uma análise extraordinária". O objectivo é perceber a eventual existência de contaminação, referem a TSF e a Lusa.
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Apesar de várias tentativas, a Câmara Municipal da Maia, no distrito do Porto, ainda não conseguiu comunicar com a Direcção-Geral da Saúde (DGS) sobre o caso de um doente confirmado com legionella e de sete outros casos em estudo. O gabinete do ministro do Ambiente João Matos Fernandes anunciou entretanto que uma equipa da Inspecção-Geral do Ambiente já está no terreno para "uma análise extraordinária". O objectivo é perceber a eventual existência de contaminação, referem a TSF e a Lusa.
Técnicos da inspecção-geral do Ambiente já recolheram amostras para esclarecer a existência da doença dos legionários numa fábrica da Maia, depois de ter sido detectado um caso, disse fonte do Ministério do Ambiente à Lusa.
"Depois de termos sido notificados pela Direcção-Geral da Saúde, na segunda-feira, técnicos deslocaram-se ao local para recolher amostras", referiu a fonte do Ministério liderado por João Matos Fernandes, que tutela a Inspeção Geral da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território (IGAMAOT). Quando os resultados estiverem disponíveis, serão definidos os procedimentos adequados, acrescentou.
Para o vice-presidente da câmara, António Silva Tiago, o facto de a entidade não ter ainda sido contactada pela DGS, que na segunda-feira emitiu um comunicado a confirmar a existência de pelo menos uma pessoa doente, mostra “falta de bom senso e alguma deslealdade institucional”. A DGS revelou que além de um caso confirmado de “doença dos legionários” outros sete estão “em estudo”, tendo sido tomadas “todas as medidas para controlar o problema e prevenir novas ocorrências”.
Em declarações aos jornalistas esta manhã na Praça do Município, na Maia, Silva Tiago disse no entanto não haver motivos para alarme. “Ficamos tranquilos porque a DGS é a entidade competente e responsável” e está a tomar conta do caso.
A câmara não dispõe de “informação concreta” nem por parte da DGS nem por parte “de nenhuma empresa da Maia”. A estação de televisão SIC e a rádio TSF adiantaram na manhã desta terça-feira que a bactéria terá sido detectada na Sakthi, uma fábrica de componentes para automóveis. A informação não é oficial e o presidente-executivo da empresa, Jorge Fresh, garantiu à SIC Notícias que a Sakthi cumpre todas as normas adequadas. O PÚBLICO tentou contactar, até ao momento sem sucesso, o director-geral da Saúde, Francisco George, e a sua adjunta, Graça Freitas.
À margem da cerimónia de apresentação dos novos centros de saúde para Lisboa, no Pavilhão do Conhecimento, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, declarou que o caso de "doença dos legionários" detectado está "controlado e mitigado".
"As medidas cautelares estão a ser tomadas. Penso que é um caso relativamente controlado e mitigado e, portanto, aguardaremos as informações que a Direcção-Geral de Saúde e o Ministério do Ambiente irão divulgar nos próximos dias", afirmou o governante, citado pela Lusa.