Lisboa: 14 novos centros para libertar hospitais e acabar com os cuidados de saúde em prédios
Centro de Saúde da Penha de França, ao lado da Igreja dos Anjos, abrirá dentro de um mês nas instalações dos serviços sociais da câmara, na Avenida Afonso Costa.
Nos próximos quatro anos, Lisboa vai ter 14 novos centros de saúde: 11 vão nascer em espaços construídos de raiz, outros três em edifícios reabilitados para o efeito. Um investimento municipal de 30 milhões de euros para construir novos espaços de cuidados primários, procurando acabar com a prestação de serviços de saúde em edifícios de habitação. Alguns destes centros operam actualmente em prédios “sem condições, sem acessibilidade, sem espaço”, descreveu Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, na cerimónia de apresentação do Programa “Lisboa, SNS Mais Próximo”, esta terça-feira.
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Nos próximos quatro anos, Lisboa vai ter 14 novos centros de saúde: 11 vão nascer em espaços construídos de raiz, outros três em edifícios reabilitados para o efeito. Um investimento municipal de 30 milhões de euros para construir novos espaços de cuidados primários, procurando acabar com a prestação de serviços de saúde em edifícios de habitação. Alguns destes centros operam actualmente em prédios “sem condições, sem acessibilidade, sem espaço”, descreveu Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, na cerimónia de apresentação do Programa “Lisboa, SNS Mais Próximo”, esta terça-feira.
Na cerimónia, que teve lugar no Pavilhão do Conhecimento, no Parque das Nações, esteve o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e a presidente do conselho directivo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Rosa Valente de Matos, com quem foram celebrados os protocolos para construção e reabilitação dos novos centros, obras que devem estar terminadas no prazo de três a quatro anos.
Na lista de prioridades está o centro de saúde da Penha de França, ao lado da Igreja dos Anjos, que abrirá dentro de um mês nas instalações dos serviços sociais da câmara, na Avenida Afonso Costa. Esta que é a “unidade de saúde mais degradada da cidade” será transferida para o edifício da autarquia, no Areeiro, onde será dotada das “melhores instalações que a tecnologia hoje pode disponibilizar”, avançou Fernando Medina. Esta unidade vai funcionar paredes meias com um serviço hospitalar, instalado nestes serviços sociais da câmara, que actualmente serve os funcionários da autarquia e os seus familiares. “Vão pôr esses meios ao serviço da comunidade”, adiantou o autarca.
Ao todo são 14 centros para 14 freguesias. Os novos espaços vão ser construídos na Ajuda, Alta de Lisboa (Santa Clara), Alto dos Moinhos (São Domingos de Benfica), Fonte Nova (Benfica), Marvila, Campo de Ourique, Arroios, Beato, Telheiras (Lumiar), Restelo (Belém) e Parque das Nações. Para além da Penha de França, também o centro de saúde das Mónicas, na Graça, vai mudar para instalações reabilitadas: para o Mercado de Sapadores. Já a unidade de Alcântara é caso único: vai ser reabilitado o edifício existente.
Não foi por acaso que cerimónia se realizou no Parque das Nações, freguesia que, à semelhança do Lumiar e Belém, reivindica há vários anos este tipo de valências. Sem garantias, Adalberto Campos Fernandes deixou clara a vontade de que a “Expo fosse a primeira” freguesia a ter um novo centro. “Este é o concretizar de promessas de anos e anos a fio de muitos políticos”, acrescentou Luís Lucas Lopes, secretário da junta desta freguesia. A falta de centro de saúde no Parque das Nações obriga muitos dos utentes a recorrerem ao privado, dado que o “centro de saúde mais próximo está à distância de três autocarros”.
Adalberto Campos Fernandes disse mesmo esperar daqui a “alguns meses poder visitar o andar das obras”.
Os novos equipamentos vão ter “competências alargadas”, como consultas de especialistas (entre os quais dentistas e oftalmologistas, garantiu o ministro da tutela) e meios complementares de saúde e terapêutica, de forma a reduzir a pressão sobre os hospitais da capital. “É uma nova geração de centros de saúde”, palavras partilhadas por Fernando Medina e Adalberto Campos Fernandes.
“Fazemos este investimento porque podemos”
Aos 30 milhões de euros, investidos pela autarquia, acresce o valor dos terrenos – alguns na posse do Ministério, outros municipais. Ao longo dos anos, caso o Estado central fique titular dos equipamentos, pagará este investimento à câmara através de uma renda. Sobre o investimento assumido, Fernando Medina reforçou que a “Câmara de Lisboa tem condições financeiras sólidas”: “Fazemos este investimento porque podemos”, justificou, acrescentando que não existe qualquer contribuição de fundos comunitários.
Ambos os governantes ressalvaram que “é o maior investimento das últimas décadas” na capital e o mais ambicioso “desta maior vaga de investimento público dos últimos anos” na saúde. Os novos centros vão servir 300 mil pessoas, melhorando o "acesso aos cuidados de saúde de mais de metade da população residente em Lisboa", disse o autarca.
Para o ministro da Saúde, este programa, com acordo até 2020, é um exemplo da “virtude de uma nova geração de parcerias públicas”.
No final da sua intervenção, Fernando Medina deixou um repto ao Ministério: o autarca espera terminar o mandato com o anúncio da construção do hospital de Lisboa Oriental.
Estes 14 unidades em Lisboa integram-se num projecto mais alargado que prevê 63 novos centros de saúde de norte a sul do país, num investimento que ronda os 34 milhões de euros (só este ano) em terrenos, projectos, construção e equipamento.