McCain pede a Trump: apresente provas ou retire a acusação de escutas

O senador republicano e ex-candidato presidencial diz que o povo americano merece saber o que aconteceu e pede a Trump que ou apresenta provas contra Obama ou retira a acusação.

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MacCain deu uma entrevista à CNN onde pede a Trump que esclareça o assunto Reuters/AARON P. BERNSTEIN

Uma semana depois de o Presidente norte-americano ter acusado Barack Obama de o ter escutado durante a campanha eleitoral no ano passado, é o próprio Donald Trump que sofre pressões para revelar as informações que tem sobre o assunto.

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Uma semana depois de o Presidente norte-americano ter acusado Barack Obama de o ter escutado durante a campanha eleitoral no ano passado, é o próprio Donald Trump que sofre pressões para revelar as informações que tem sobre o assunto.

E os pedidos surgem de dentro do próprio Partido Republicano. O último foi do senador John McCain, que pediu a Donald Trump que entregue as provas em que se baseia para acusar a anterior administração de ter colocado escutas na Trump Tower durante a campanha para as eleições presidenciais de 2016.

"O Presidente Trump tem de mostrar ao povo americano, não apenas ao comité dos serviços secretos [da Câmara dos Representantes],  as provas de que o seu antecessor, o antigo Presidente dos EUA, é culpado de violar a lei", disse MacCain, recordando que o director dos serviços secretos veio dizer que não havia qualquer indício de verdade naquela informação prestada por Trump. E, por isso, o Presidente "tem uma de duas opções: ou se retracta ou dá a informação que o povo americano merece, porque se o seu antecessor violou a lei, ou seja se o Presidente Obama violou a lei, temos aqui, no mínimo, um problema grave”, disse o senador em entrevista à CNN.

Na mesma entrevista ao “State of the Union” da CNN, McCain diz que prefere esperar para ver, uma vez que se trata de uma acusação sem precedentes feita a um Presidente. “Acredito que assuntos como este, em que se acusa um antigo Presidente de uma coisa que não é apenas ilegal, como também nunca antes ouvido, exige corroboração. Deixo o povo americano ser o juiz, mas isto é uma coisa grave”, disse.

Estas declarações de McCain acontecem numa altura em que a Casa Branca pediu ao Congresso que investigue as alegadas escutas nos telefones da Trump Tower. “Não tenho nenhuma razão para acreditar que aquelas acusações sejam verdade, mas também acredito que o Presidente dos Estados Unidos pode esclarecer isto num minuto”, disse o antigo candidato presidencial, que enfrentou Obama em 2008. Na mesma entrevista, o senador disse que Trump pode acabar com o assunto falando directamente com o director da CIA para saber o que aconteceu.

Tudo começou no início destemês quando Trump acusou Obama, numa série de posts na rede social Twitter, sem apresentar qualquer prova. “Terrível! Acabo de descobrir que Obama tinha os meus telefones na Torre Trump sob escuta mesmo antes da vitória. Não encontraram nada. Isto é Macartismo!”, escreveu o Presidente norte-americano.

O porta-voz de Obama veio de pronto desmentir esta acusação. “É simplesmente falso”, disse Kevin Lewis. E o FBI veio confirmar esta versão dos factos.O director da instituição, James Comey, pediu oficialmente ao Departamento de Justiça que desmentisse esta afirmação, uma vez que se perdurar a acusação de Trump, é uma acusação de que os agentes do FBI violaram a lei o que, garantiu, não aconteceu.