PSD em contagem decrescente para apresentar candidato a Lisboa
Teresa Leal Coelho, vice-presidente do partido, é possibilidade forte
O fim do tabu sobre quem será o candidato do PSD a entrar na corrida à Câmara de Lisboa não deverá durar mais de uma semana. O desfecho da novela está por dias. No limite, o nome tem de ser aprovado a 21 de Março, na comissão política nacional e até Luís Montenegro, líder parlamentar do partido. já reconheceu, ao PÚBLICO e à Renascença, que é tempo de haver alguém no terreno.
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O fim do tabu sobre quem será o candidato do PSD a entrar na corrida à Câmara de Lisboa não deverá durar mais de uma semana. O desfecho da novela está por dias. No limite, o nome tem de ser aprovado a 21 de Março, na comissão política nacional e até Luís Montenegro, líder parlamentar do partido. já reconheceu, ao PÚBLICO e à Renascença, que é tempo de haver alguém no terreno.
Mas antes disso, o candidato ainda tem de passar por plenários das estruturas concelhia e da distrital do partido. A poucos dias de se saber a escolha de Pedro Passos Coelho, há um nome incontornável que é insistentemente falado entre os sociais-democratas: Teresa Leal Coelho, 54 anos, vice-presidente e vereadora da Câmara Municipal de Lisboa.
O candidato terá de ser homologado pela direcção de Passos Coelho. Já está marcada uma reunião para o próximo dia 21 em que outras candidaturas serão aprovadas. Afinal, é a última reunião até ao final de Março, o prazo dado pela direcção do PSD para concluir o processo de escolha. Esse foi o limite estabelecido pelo partido – e mantido por Passos Coelho – também para Lisboa, apesar das pressões. Pressões mediáticas e das estruturas locais mas relativamente às quais o líder do PSD se mostrou imperturbável.
Apesar de a candidatura em Lisboa estar nas mãos de Passos Coelho, o cabeça de lista terá de ser aprovado, formalmente, pela concelhia e pela distrital antes da comissão política. A concelhia de Lisboa marcou um plenário para dia 17, na próxima sexta-feira, na expectativa de, nessa altura, já ter o nome para apreciar, o que não é certo. A distrital de Lisboa tem ainda outros casos por resolver – Oeiras, Loures, Vila Franca de Xira e Odivelas – depois de recentemente ter fechado uma coligação com o CDS em Sintra. Ao que o PÚBLICO apurou, o nome de Teresa Leal Coelho esteve em cima da mesa para a Câmara Municipal de Odivelas (que é governada pelo PS), mas a hipótese acabou por sair gorada.
Dirigente muito próxima de Passos Coelho, Teresa Leal Coelho, deputada, foi eleita vereadora em 2013 quando Fernando Seara encabeçou a lista do PSD e perdeu a câmara para o socialista António Costa. Em entrevista ao semanário Sol, há duas semanas, Fernando Seara criticou a forma como o processo foi gerido em Lisboa. E como possível saída para o PSD, o antigo autarca de Sintra lembrou que Passos Coelho tem quatro vice-presidentes [Teresa Morais, Maria Luís Albuquerque, Sofia Galvão e Teresa Leal Coelho] e que “qualquer uma delas pode ser candidata a Lisboa”. Nesse caso, com Assunção Cristas pelo CDS já no terreno, a direita ficaria representada por duas mulheres.
O nome mais desejado e longamente esperado foi Pedro Santana Lopes. O partido ficou longos meses para saber se o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa queria voltar às lides autárquicas. Houve pressão de vários sectores, mas Santana acabou por quebrar o tabu e dizer que não, no início de Dezembro, em declarações ao jornal Expresso. Na altura, Mauro Xavier, líder da concelhia lisboeta disse ao PÚBLICO: "Fico com pena, pois foi um grande presidente e ainda podia fazer muito por Lisboa. Mas o PSD está calmo e sereno". Mauro acrescentou esperar que "se mantenha a decisão de o partido ter um candidato próprio" contra Fernando Medina, já que na altura havia a possibilidade de o PSD apoiar Assunção Cristas.
Depois da nega de Santana, houve quem defendesse, no interior da concelhia de Lisboa, que deveria ser o próprio líder do PSD, Pedro Passos Coelho, a concorrer. Antes disso, já o nome de Maria Luís Albuquerque tinha surgido no lote dos potenciais candidatos à câmara da capital. Houve muitos outros.
Com o nome do candidato envolto em mistério, um membro da concelhia desabafava esta semana ao PÚBLICO: “Estamos às escuras”.