PSD quer explicações urgentes de Macedo e Centeno sobre contas da Caixa

Os sociais-democratas querem saber se e por que foram alterados os critérios para a contabilização de créditos mal-parados que levaram ao "agravamento" dos prejuízos do banco público.

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Nuno Ferreira Santos

O deputado social-democrata Duarte Pacheco anunciou que a sua bancada vai pedir a audição com "carácter de urgência" no Parlamento do presidente da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, e do ministro das Finanças, Mário Centeno, para darem explicações sobre o que mudou nos critérios usados para contabilizar os créditos mal-parados que terão levado ao aumento dos prejuízos para 1900 milhões de euros.

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O deputado social-democrata Duarte Pacheco anunciou que a sua bancada vai pedir a audição com "carácter de urgência" no Parlamento do presidente da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, e do ministro das Finanças, Mário Centeno, para darem explicações sobre o que mudou nos critérios usados para contabilizar os créditos mal-parados que terão levado ao aumento dos prejuízos para 1900 milhões de euros.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, o deputado do PSD contrariou a interpretação positiva feita pouco antes pelo socialista João Paulo Rodrigues e considerou que "um agravamento drástico como aquele que hoje foi reportado dos prejuízos da Caixa Geral de Depósitos nunca pode ser uma boa notícia". O deputado João Paulo Rodrigues tinha considerado que os 1900 milhões de euros até eram um valor positivo tendo em conta que estava previsto que o prejuízo do banco público fosse de cerca de 3000 milhões de euros.

"Sabemos que os auditores são os mesmos, logo, este agravamento dos prejuízos resulta pura e simplesmente de uma alteração de critérios quanto ao risco associado ao crédito já concedido", afirmou Duarte Pacheco. O deputado defendeu que essa "opção" da alteração dos critérios "tem que ser explicada" no âmbito da COFMA — Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, uma vez que se trata de uma mudança de critérios sobre a avaliação do risco de créditos já concedidos há vários anos e "não por terem sido descobertos casos novos". "Temos que perceber por que e como estavam registados esses créditos e imparidades e por que é que isso agravou drasticamente os prejuízos", insistiu.

Duarte Pacheco realçou que "o agravamento do prejuízo do banco público significa que os contribuintes poderão ser chamados a intervir mais — e isso é algo que pesa a todos". Recusando pensar que o Governo poderá estar a mascarar números na Caixa, o deputado diz que o PSD prefere "aguardar pelas explicações" para fazer a avaliação e só depois tirar conclusões.