Depois de seis anos no Pátio da Galé, a ModaLisboa passa para o CCB
A 48.ª edição começa esta quinta-feira com um debate sobre a sustentabilidade na indústria da moda.
Em paralelo com as tendências, que se renovam de seis em seis meses, a ModaLisboa já teve os seus tempos de nomadismo. Saltou entre museus e armazéns da capital, passou uma temporada em Cascais e acabou por encontrar uma morada permanente no Pátio da Galé. Seis anos depois, chegou a altura de voltar a mudar. A 48.ª edição começa esta quinta-feira e vai encher as salas do Museu Colecção Berardo e a Garagem Sul do Centro Cultural de Belém (CCB). Mas ainda não é uma mudança definitiva: em princípio, no próximo Outono a ModaLisboa passará para o recentemente inaugurado Pavilhão Carlos Lopes, no topo do Parque Eduardo VII, revela Eduarda Abbondanza, presidente da Associação ModaLisboa, ao PÚBLICO.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Em paralelo com as tendências, que se renovam de seis em seis meses, a ModaLisboa já teve os seus tempos de nomadismo. Saltou entre museus e armazéns da capital, passou uma temporada em Cascais e acabou por encontrar uma morada permanente no Pátio da Galé. Seis anos depois, chegou a altura de voltar a mudar. A 48.ª edição começa esta quinta-feira e vai encher as salas do Museu Colecção Berardo e a Garagem Sul do Centro Cultural de Belém (CCB). Mas ainda não é uma mudança definitiva: em princípio, no próximo Outono a ModaLisboa passará para o recentemente inaugurado Pavilhão Carlos Lopes, no topo do Parque Eduardo VII, revela Eduarda Abbondanza, presidente da Associação ModaLisboa, ao PÚBLICO.
“Ao fim de seis anos, a narrativa estava feita. Por muitas voltas que déssemos, já toda a gente sabia onde era o quê. E precisávamos de sair da nossa zona de conforto”, conta Abbondanza. Até porque, continua, “a cidade mudou”. Se antes fazia sentido dar a conhecer diferentes espaços da capital (a ModaLisboa chegou a ocupar espaços tão distintos quanto o Museu da Electricidade, o Museu de História Natural, o Convento do Beato e a Cordoaria Nacional), hoje a cidade está mais aberta ao mundo.
A edição que se segue a esta que agora chega ao CCB deverá ser no Pavilhão Carlos Lopes – o mesmo que recebe no final de Março a décima edição do Peixe em Lisboa, também inquilino de longa data do Pátio da Galé. É um espaço “em que podemos estar mais à vontade”, justifica Eduarda Abbondanza.
A criatividade pode "ultrapassar tudo"
Cada edição da Moda Lisboa começa com uma palavra – ou com uma expressão. Algumas têm uma interpretação mais literal do que outras: como Energy, que marcou a edição realizada no Museu da Electricidade, ou In The Market, quando as modelos desfilaram entre as bancas do Mercado da Ribeira.
“Normalmente as semanas da moda estão na mão de empresários”, diz Eduarda Abbondanza, mas a ModaLisboa foi criada por um grupo de designers. Como tal, segue as metodologias típicas do design. “Se nós não tivermos, como num projecto de design, um território conceptual e uma paleta cromática, um mood board, não há um entendimento [entre as várias áreas criativas]”, explica. “Daqui a mês e meio ou dois meses tenho de estar a lançar o tema para a próxima edição.”
Boundless (em português, sem limites) serve de mote para a 48.ª edição da ModaLisboa. A escolha da palavra insere-se no contexto actual de divisão, “num mundo em que está toda a gente um bocadinho na retranca: muros para aqui, saídas de territórios comunitários”, refere a presidente da Associação ModaLisboa. A criatividade, acrescenta, “é uma disciplina que pode ser transversal, pode ultrapassar tudo”, assim como a espiritualidade.
A ModaLisboa vai ter, à semelhança das últimas edições, três dias de desfiles, antecedidos pela Fast Talks, uma conferência aberta ao público que terá lugar às 18h desta quarta-feira, na Sala Luís de Freitas Branco, no CCB. Joana Barrios vai moderar um debate sobre o impacto da indústria da moda a nível ambiental e ético. O painel de participantes inclui Brigitte Stepputtis, responsável pelas colecções de alta-costura de Vivienne Westwood; Brooke Blashill, directora da The Boutique Ogilvy & Mather; e Marko Matysik, ilustrador e editor das edições japonesa e chinesa da Vogue. O tema da conferência está directamente ligado a outra das grandes novidades desta edição: a parceria com a Global Fashion Exchange (GFX), uma organização fundada na Dinamarca, em 2013, que promove a sustentabilidade na indústria da moda.
O espaço dedicado à Global Fashion Exchange – que todos os anos se associa a uma semana da moda diferente – vai estar aberto ao público sábado e domingo. Será, segundo o fundador da GFX, “o maior evento de troca de vestuário que já teve lugar na cidade de Lisboa”. Para assegurar a entrada, o visitante só precisa de levar uma peça de roupa. O grande momento do GFX, o Swap (troca, em português), acontece no domingo, entre as 17h e as 19h30. Paralelamente, haverá DJ, workshops, eventos de networking e instalações artísticas.
Quanto ao calendário dos desfiles, segue os moldes das edições anteriores: começam na sexta-feira, com o Sangue Novo – uma plataforma para talentos emergentes, que concorrem a uma bolsa de 5000 euros –; e continuam, com criadores como Ricardo Preto, Filipe Faísca, Luís Carvalho, Christophe Sauvat, Valentim Quaresma, Dino Alves e Nuno Gama, até domingo à noite.