Nova polémica com Fillon: não declarou empréstimo de 50 mil euros

Candidato presidencial alega que se esqueceu de declarar empréstimo realizado por multimilionário dono da revista literária que empregou Penelope Fillon.

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Reuters/CHARLES PLATIAU

Uma nova polémica abateu-se sobre o candidato presidencial francês François Fillon, desta vez envolvendo um empréstimo de 50 mil euros em 2013 que não foi declarado. O montante terá sido disponibilizado pelo empresário multimilionário Marc Ladreit de Lacharrière.

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Uma nova polémica abateu-se sobre o candidato presidencial francês François Fillon, desta vez envolvendo um empréstimo de 50 mil euros em 2013 que não foi declarado. O montante terá sido disponibilizado pelo empresário multimilionário Marc Ladreit de Lacharrière.

A notícia é avançada pelo semanário gaulês Le Canard Enchainé, o mesmo que divulgou a história que dava conta das alegadas funções fictícias de assistente parlamentar exercidas pela mulher de Fillon, Penelope, e que motivou uma investigação judicial por alegado uso indevido de fundos públicos. Agora, o jornal diz que o candidato presidencial “não achou necessário” informar o supervisor de transparência do Estado sobre o empréstimo recebido por parte de Lacharrière.

O advogado de Fillon deu conta ao Le Canard Enchainé que o empréstimo foi devolvido na sua totalidade e que o antigo primeiro-ministro francês explicou aos investigadores que se esqueceu de reportar a quantia recebida. Também o representante legal de Lacharrière garantiu à AFP que a quantia foi devolvida, considerando este caso um “não assunto”.

Outro dos aspectos que podem surgir desta nova polémica são as ligações entre a família Fillon e o empresário. Isto porque Ladreit de Lacharrière detém a empresa Fimalac, dona da prestigiada revista literária La Revue des Deux Mondes. Depois da carreira como assistente parlamentar do marido, Penelope Fillon colaborou com a revista e, durante 19 meses, entre 2012 e 2013, recebeu cem mil euros brutos por duas recensões literárias e pela sua participação numa “reflexão estratégica informal”, na qual exercia funções de “conselheira literária”, segundo afirmou, na altura em que a história surgiu, Lacharrière.

“Em momento algum tive qualquer ideia sobre o que poderia consistir o trabalho de conselheiro literário”, disse, por sua vez, ao Canard Enchaîné o director da revista na altura, Michel Crépu. Em 2010, o proprietário da revista tinha recebido a grande-cruz da Legião de Honra sob proposta do primeiro-ministro da altura, François Fillon. A procuradoria-geral e o gabinete contra a corrupção estarão desde o início da polémica a tentar verificar se existe uma relação entre a entrega da condecoração e o emprego dado a Penelope. O dono da Revue garante que o trabalho da mulher de Fillon "nada teve de fictício".

Fillon tinha afirmado publicamente que desistiria da candidatura ao Eliseu caso fosse indiciado pelo escândalo sobre o emprego da mulher. No entanto, e depois de ter sido aberta uma investigação formal, Fillon recusou desistir e abriu guerra contra a justiça. 

Depois de várias tensões no partido, Os Republicanos decidiram renovar o apoio a Fillon, unindo-se em redor do candidato.