Morreu o cantor alemão de ópera Kurt Moll

Baixo tinha 78 anos. Destacou-se como intérprete de óperas de Mozart, Wagner e Strauss, numa carreira que passou também por Portugal.

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Kurt Moll na ópera O Cavaleiro da Rosa, de Richard Strauss, na Ópera Estatal da Baviera, em Munique

O baixo alemão Kurt Moll, que se destacou na interpretação de óperas de Mozart, Wagner e Richard Strauss, morreu no domingo, aos 78 anos, informou a Ópera Estatal da Baviera, em Munique.

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O baixo alemão Kurt Moll, que se destacou na interpretação de óperas de Mozart, Wagner e Richard Strauss, morreu no domingo, aos 78 anos, informou a Ópera Estatal da Baviera, em Munique.

“A Ópera de Munique chora a morte de Kurt Moll, na sequência de um longo combate com a doença”, indicou a instituição, num comunicado publicado esta terça-feira no seu site, sem especificar o local da morte.

O director artístico da ópera da Baviera, Nikolaus Bachler, referiu-se à morte do baixo alemão como “uma grande perda para a Ópera Estatal da Baviera e para todos os seus colegas, para o seu público, para a Alemanha e para o mundo”. “Kurt Moll ressuscitou como nenhum outro intérprete os grandes papéis de baixo das óperas de Wagner, Mozart e Strauss”, acrescentou Bachler.

Nascido a 11 de Abril de 1938, em Buir, perto de Colónia, Kurt Moll foi um dos baixos mais vezes distinguidos pela crítica, durante os cerca de 50 anos da sua carreira. Iniciou-a em 1967, na Ópera de Colónia, mas a estreia efectiva aconteceria um ano depois no festival wagneriano de Bayreuth, no papel de guarda-nocturno em Os Mestres Cantores de Nuremberga.

Segundo o site France Music, Kurt Moll impôs-se definitivamente no mundo operático ao dar voz à personagem de Sarastro, em A Flauta Mágica, de Mozart, no Festival de Salzburgo de 1970 – um papel que retomaria por diversas ocasiões ao longo da sua carreira. Osmin, em O Rapto do Serralho, e o comendador, em Don Giovanni, tornaram Moll num dos especialistas do repertório mozartiano.

A sua voz negra e grave valeu-lhe, por diversas vezes, a comparação com “a voz de Deus”, como recorda a Ópera de Munique. Na tradição dramática alemã, com origem na oratória barroca, os papéis de Jesus e de Deus são normalmente desempenhados pelas vozes mais graves, de baixo ou de baixo-barítono.

Kurt Moll actuou por diversas vezes em Portugal, nomeadamente nos ciclos de canto das temporadas de música da Fundação Calouste Gulbenkian, e no Teatro Nacional de São Carlos (TNSC). Em 2004, dois anos antes de se retirar dos palcos, actuou no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, no âmbito da temporada sinfónica do São Carlos, como solista da Missa Solene, de Beethoven, com a Orquestra Sinfónica Portuguesa e o Coro do TNSC dirigidos pelo maestro Zoltán Peskó.

Entre as várias homenagens anunciadas ao cantor entre a Alemanha e a França, a Ópera de Munique vai dedicar-lhe a récita de O Rapto do Serralho do próximo dia 24 de Março.