Juppé não é candidato, mas avisa que "campanha de Fillon é um desperdício"

Apesar dos problemas com a Justiça, o candidato do centro-direita François Fillon garante que não se afastará da corrida.

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"Para mim é demasiado tarde, mas não é demasiado tarde para França", disse Juppé CAROLINE BLUMBERG/EPA

Alain Juppé não será candidato à presidência francesa. O candidato derrotado nas primárias do centro-direita chegou a ser apontado como alternativa a François Fillon, que está prestes a ser constituído arguido, porque terá dado empregos fictícios a familiares. Esta segunda-feira de manhã, Juppé confirmou que não irá entrar na corrida presidencial, mas não poupou duras críticas à campanha de Fillon.

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Alain Juppé não será candidato à presidência francesa. O candidato derrotado nas primárias do centro-direita chegou a ser apontado como alternativa a François Fillon, que está prestes a ser constituído arguido, porque terá dado empregos fictícios a familiares. Esta segunda-feira de manhã, Juppé confirmou que não irá entrar na corrida presidencial, mas não poupou duras críticas à campanha de Fillon.

De acordo com as sondagens, a entrada de Juppé na corrida significaria a derrota à primeira volta de Marine Le Pen, líder da Frente Nacional francesa. No entanto, François Fillon vincou este domingo que não se iria afastar, depois de milhares de apoiantes terem marcado presença num comício organizado na praça do Trocadero, em Paris. 

A intransigência de Fillon não escapou às críticas de Juppé. O antigo primeiro-ministro francês disse que não se lembra de ter visto uma eleição presidencial "tão confusa" e acusou Fillon de estar a conduzir o partido a "um caminho sem saída". Afirma que o país "está doente" e que a campanha de Fillon é "um desperdício". "Não tenho intenção de entrar em negociações partidárias", continuou, argumentando que não acredita reunir condições para a "necessária unificação” em torno de um novo projecto.

"Confirmo, de uma vez por todas, que não serei candidato. Para mim, é tarde de mais", declarou Juppé, de 71 anos. "Para mim é demasiado tarde, mas não é demasiado tarde para a França", sublinhou.

Numa entrevista à France 2, Fillon considerou que nada o pode impedir de ser candidato e que por isso não vê razões para se afastar da corrida ao número 55 da Rua Faubourg-Saint-Honoré, morada do Palácio do Eliseu, sede da presidência de França.

O antigo Presidente francês Nicolas Sarkozy anunciou, também durante a manhã desta segunda-feira, que irá encontrar-se com Fillon e Juppé, para discutir os problemas que ameaçam a campanha dos conservadores. Sarkozy adianta que o encontro deverá concentrar-se em encontrar uma "maneira digna e credível de sair de uma situação que não se deverá prolongar e que é fonte de muitas preocupações entre os franceses".

François Fillon está a ser objecto de investigações pelo Tribunal Central de Combate às Infracções Financeiras e Fiscais e foi convocado pelos juízes de instrução para prestar declarações a 15 de Março e ser constituído arguido.