Peugeot-Citroën compra Opel por 2200 milhões de euros
A aquisição transforma a PSA, grupo que detém a Citroën e a Peugeot, no segundo maior grupo automóvel europeu. Gestor português garante que não haverá despedimentos.
A Citroën e a Peugeot chegaram a um acordo para comprar a Opel. O negócio já tinha sido anunciado este fim-de-semana e o negócio rondará os 2200 milhões de euros. O grupo francês PSA, que detém a Citroën e a Peugeot e é liderado pelo português Carlos Tavares, torna-se assim a segunda maior fabricante de automóveis na Europa, ultrapassando a Renault-Nissan e atrás apenas da Volkswagen.
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A Citroën e a Peugeot chegaram a um acordo para comprar a Opel. O negócio já tinha sido anunciado este fim-de-semana e o negócio rondará os 2200 milhões de euros. O grupo francês PSA, que detém a Citroën e a Peugeot e é liderado pelo português Carlos Tavares, torna-se assim a segunda maior fabricante de automóveis na Europa, ultrapassando a Renault-Nissan e atrás apenas da Volkswagen.
Para além da Opel, a aquisição inclui a marca Vauxhall e a subsidiária financeira da norte-americana General Motors (GM), que há quase 90 anos detinha a fabricante alemã de automóveis Opel.
A operação divide-se na compra da Opel/Vauxhall, avaliada em 1300 milhões de euros, e na aquisição do sector financeiro da GM Financials, que custará 900 milhões de euros, numa operação conjunta com o banco BNP Paribas, que irá deter 50% da transacção, especifica o comunicado emitido pelas duas empresas nesta segunda-feira.
As empresas acreditam que o negócio irá permitir uma economia de escalas e sinergias avaliada em 1700 milhões de euros até 2026 (valor que deverá ser maioritariamente atingido até 2020). O grupo espera ainda aumentar a margem de lucro até 2% em 2020 e chegar aos 6% em 2026.
A junção das marcas à Opel/Vauxhall, que só no ano passado teve vendas de 17,7 mil milhões de euros, coloca a PSA como o segundo maior grupo automóvel na Europa, com uma quota de mercado avaliada em 17%.
O comunicado refere ainda a importância desta venda para a GM, que se concentrará na investigação e no desenvolvimento de novas tecnologias de condução.
"Acreditamos que este novo capítulo coloca a Opel e a Vauxhall numa posição ainda mais forte, no longo prazo, e queremos participar no sucesso e na forte criação de valor potencial da PSA através do nosso interesse económico e da colaboração em actuais e futuros projectos", disse Mary Barra, à frente da GM.
O negócio causou alguns receios entre os trabalhadores da Vauxhall que, no Reino Unido, tem cerca de 4500 funcionários. Porém, Carlos Tavares, presidente executivo da PSA, disse em comunicado que a compra respeitará os compromissos assumidos pela GM com a Opel e a Vauxhall.
Ainda assim, escreve a Bloomberg que é expectável que Tavares replique na GM o plano levado a cabo na PSA e que passou pela redução de postos de trabalho, congelamento de salários e eliminação de modelos não rentáveis. Já a BBC cita o professor universitário da Cardiff Business School Peter Wells, para lembrar que a PSA se comprometeu com uma poupança de 2 mil milhões de euros anuais.
A GM e a PSA já eram parceiras na produção de modelos SUV e monovolumes.
Durante a manhã desta segunda-feira, Carlos Tavares garantiu que a estratégia da empresa não implicará fechar fábricas ou diminuir o número de funcionários. "Não precisamos de fechar fábricas. Precisamos de acreditar no talento das pessoas. Elas têm sempre ideias e soluções que não poderíamos imaginar. Fechar fábricas é muito simplista", afirmou o gestor português, cita a Bloomberg.