Soprar as velas, celebrar o PÚBLICO
O seu PÚBLICO faz 27 anos. Decidimos fazer como os mais novos: ir para debaixo de uma mesa, trincar as velas e pedir desejos. Com o M.E.C.
Há 27 anos, precisamente há 27 anos, nascia o PÚBLICO. O Miguel Esteves Cardoso (M.E.C.) estava de fora, lá n'O Independente. Agora está aqui ao meu lado, enquanto escrevo este Editorial de aniversário. E conta-me ele como era ver o PÚBLICO nascer, lá na concorrência: “O Vicente” (o nosso Vicente Jorge Silva, vá lá espreitá-lo), “estava lá no Expresso descansadinho, quando lhe vão falar de fazer um jornal diário. Ninguém acreditava”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Há 27 anos, precisamente há 27 anos, nascia o PÚBLICO. O Miguel Esteves Cardoso (M.E.C.) estava de fora, lá n'O Independente. Agora está aqui ao meu lado, enquanto escrevo este Editorial de aniversário. E conta-me ele como era ver o PÚBLICO nascer, lá na concorrência: “O Vicente” (o nosso Vicente Jorge Silva, vá lá espreitá-lo), “estava lá no Expresso descansadinho, quando lhe vão falar de fazer um jornal diário. Ninguém acreditava”.
Mas a ambição do Vicente, lembra-se aqui o Miguel, “não era fazer só um diário. Se não fosse tão bom como o La Repubblica, não valia a pena, ele queria fazer melhor — ele que lia tudo, lia os melhores jornais diários do mundo, queria fazer melhor”. Diz o Miguel que toda a gente desconfiava, antes daquele ido 5 de Março. “Mas ele fez. O Vicente sabia do que precisava e aquele era um tempo de fé no futuro.” O PÚBLICO veio e “era um luxo”. Eu, agora director deste seu jornal, já só me lembro desta parte: o PÚBLICO era um luxo. E eu, como você, como tantos e tantos portugueses, nunca mais o larguei.
Parece que foi ontem que o jornal nasceu. Que inovou e refez o jornalismo diário em Portugal. Que abriu os nossos olhos ao mundo, à ciência, à cultura. Que abriu os nossos olhos ao que é mais precioso em democracia — a liberdade total de informar — cortesia de Belmiro de Azevedo. Eu digo “total”, porque só isso é essencial. Lembro-lhe isto: foi ainda antes das televisões privadas que este jornal nasceu, que abriu horizontes, perspectivas, polémicas — sem fugir a nenhuma.
O tempo voou — e este jornal seguiu caminho. Abriu caminhos, tantos. E ainda tem um desafio gigantesco pela frente: o de olhar para este tempo com fé no futuro, com fé no presente. Com fé no país.
E disse-nos o Miguel, o M.E.C., quando chegou à redacção, já depois de pensar no tema desta edição: “E porque é que não fazemos uma edição a falar do bom que é viver aqui?” Juro: não tínhamos trocado uma única palavra sobre o tema. E o Miguel acrescentou: “Porque é que não fazemos uma série de trabalhos a dar aos portugueses, aos leitores, razões para ficarem em Portugal, ou para voltarem — caso tenham já saído?”
É isso mesmo. Hoje, o PÚBLICO sopra as suas 27 velas, a olhar para o país como um luxo. A olhar para o jornalismo como um luxo, também. Porque é um luxo estar aqui, não a cada dia, mas a cada minuto que passa. A ajudá-lo a informar-se, a pensar, a escolher, com aquele ADN que o Vicente nos deixou. Mas a procurar novas formas de o fazer.
Por isso, respire fundo, sopre as velas. O lado bom começa aqui, no seu PÚBLICO. E continuará, com a liberdade de sempre, pelos seus dedos, pelo seu olhar. Até já.