Incrível mas real: Nelson Évora de novo campeão no triplo salto
Triplista do Sporting renovou o título que conquistara em Praga e elevou para duas as medalhas de Portugal nos Europeus de pista coberta de Belgrado.
Nelson Évora contrariou as expectativas cépticas mais óbvias e voltou neste domingo a um título europeu indoor no triplo salto, na última jornada dos Campeonatos Europeus de Atletismo, realizada em Belgrado. Com um período pré-campeonatos sempre à procura da melhor forma, e com atletas a fazerem marcas notáveis na qualificação em solo sérvio, pareceria que o campeã olímpico de 2008 não teria as melhores hipóteses. Mas quem sabe nunca esquece e Évora acabou por arrancar mais um ceptro continental.
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Nelson Évora contrariou as expectativas cépticas mais óbvias e voltou neste domingo a um título europeu indoor no triplo salto, na última jornada dos Campeonatos Europeus de Atletismo, realizada em Belgrado. Com um período pré-campeonatos sempre à procura da melhor forma, e com atletas a fazerem marcas notáveis na qualificação em solo sérvio, pareceria que o campeã olímpico de 2008 não teria as melhores hipóteses. Mas quem sabe nunca esquece e Évora acabou por arrancar mais um ceptro continental.
Com este resultado, Portugal somou duas medalhas nos Europeus, mais do que o projectado, e teve outros desempenhos de relevo num certame em que, na ausência da Rússia, a Polónia e a Grã-Bretanha foram as potências dominantes.
A final do triplo salto mostrou que a extrapolação linear do que se passa numa qualificação para a final nem sempre é possível. E isto logo de início, quando o júnior francês Melvin Raffin, que na ronda preliminar tinha chegado a 17,20m, se mostrou muito nervoso e nunca encontrou um salto parecido. Também o alemão Max Hess, desde os 17,52m qualificativos reforçado como grande favorito, entrou mal na final com dois nulos e, a partir daí, ficou claro que este concurso seria diferente do que se poderia pensar.
Depois de um nulo a abrir, Nelson Évora saltou 16,92m no segundo ensaio, obtendo por larga margem a sua melhor marca da época. Nessa altura, o italiano Fabrizio Donato, com quase 41 anos, tinha já chegado a 17,13m e entrado na corrida às medalhas de maneira improvável. Max Hess respondeu com 17,12m ao terceiro ensaio e o contragolpe de Évora foi felino, fazendo relembrar os velhos tempos, especialmente no salto do meio, designado “step”, em que parece parar no ar.
Com 17,20m, obtinha menos um centímetro do que há dois anos, quando se sagrara campeão europeu indoor, em Praga, mas fazia outra vez o seu melhor da temporada, igualando o segundo melhor registo mundial do ano, em parceria com Raffin e com o ausente Lyukman Adams. E passava para a frente, o que era de longe o facto mais importante. Depois, foi ver o tempo passar, numa espera tensa, mas, à imagem da prova feminina da véspera, toda a gente foi ficando com a pólvora seca e nenhum atleta dos nove presentes melhoraria na segunda metade do concurso.
Évora, por seu lado, fez um nulo no quarto salto, 16,98m no quinto e outro nulo a fechar, mas quando efectuou o último ensaio já era campeão, pois, antes do português, Donato e Hess ficaram-se pelos 16,5m no fecho dos concursos.
Aos quase 33 anos, que cumprirá a 20 de Abril próximo, Nelson Évora continua a surpreender. E quem acreditasse que os Jogos Olímpicos do ano passado poderiam ser o seu canto do cisne quanto a resultados de topo em eventos maiores teve um claro desmentido. Com a marca deste domingo, o triplista que nesta época trocou o Benfica pelo Sporting cumpre a sétima temporada a ultrapassou a barreira dos 17 metros.