China vai gastar mais 7% com as forças armadas em 2017
Decisão de Pequim chega apenas uns dias depois de o Presidente Trump ter anunciado um aumento no orçamento da defesa norte-americano.
A China, que nos últimos anos tem vindo a modernizar as suas forças armadas a um ritmo acelerado, acaba de anunciar que vai gastar mais 7% com os militares em 2017. Este reforço de Pequim é tornado público apenas quatro dias depois de o Presidente Donald Trump, no seu primeiro discurso perante o Congresso, na terça-feira, ter assegurado que o orçamento norte-americano para a defesa vai crescer.
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A China, que nos últimos anos tem vindo a modernizar as suas forças armadas a um ritmo acelerado, acaba de anunciar que vai gastar mais 7% com os militares em 2017. Este reforço de Pequim é tornado público apenas quatro dias depois de o Presidente Donald Trump, no seu primeiro discurso perante o Congresso, na terça-feira, ter assegurado que o orçamento norte-americano para a defesa vai crescer.
“Defendemos o diálogo e as resoluções pacíficas enquanto ao mesmo tempo precisamos de ter a capacidade de defender a nossa soberania e os nossos interesses”, disse Fu Ying, porta-voz do Governo de Pequim, citada pela televisão britânica BBC. “O reforço das capacidades [de defesa] chinesas beneficia a manutenção da paz na região e não o contrário", acrescentou.
Este aumento de 7% não reflecte, no entanto, uma aposta tão grande como alguns desejariam. Nota ainda a BBC que 2017 será o segundo ano consecutivo em que a subida percentual dos gastos com a defesa não atinge os dois dígitos, o que contrasta com as duas décadas anteriores, em que o crescimento anual foi sempre igual ou superior a 10%.
No entanto, a relação dos custos totais com as forças armadas com o principal indicador macroeconómico mantém-se semelhante à de anos anteriores, garantiu a mesma porta-voz do Governo – esse investimento continua a representar 1,3% do Produto Interno Bruto.
Os gastos chineses com os seus militares são, seja como for, muito inferiores aos americanos. E Trump prepara-se para tornar ainda maior a distância entre o orçamento de Washington e o de Pequim.
Uma semana antes de se dirigir ao Congresso, o Presidente prometera “um Exército maior, melhor e mais forte do que nunca”, avançando com um reforço de quase 10% das verbas destinadas ao Pentágono, que poderá vir a receber mais 54 mil milhões de dólares (51 mil milhões de euros), de acordo com as propostas orçamentais para 2018. “É um aumento histórico na despesa da Defesa, para reconstruir o depauperado aparelho militar dos EUA na altura em que mais precisa”, disse Donald Trump.
Quanto ao orçamento chinês para as forças armadas, os números serão dados a conhecer este domingo, quando o primeiro-ministro Li Keqiang falar na reunião anual do Congresso Nacional do Povo, em Pequim.
O reforço dos orçamentos de defesa dos dois países surge numa altura em que as relações Estados Unidos-China estão a preocupar seriamente os analistas. Num relatório divulgado no início de Fevereiro, uma série de especialistas em China, entre eles alguns que têm vindo a acompanhar o regime de Pequim nos últimos 50 anos, fez notar que a volatibilidade de Trump e as tendências autocráticas do Presidente chinês, Xi Jinping, são uma mistura perigosa, com resultados difíceis de prever.
Este relatório com um extenso conjunto de recomendações, entregue à Casa Branca a 5 de Fevereiro, sublinha, entre muitas outras coisas, que os laços entre estes dois países que dispõem de armas nucleares podem rapidamente deteriorar-se, levando a um confronto económico (tratam-se das duas maiores economias mundiais) ou mesmo militar, resume o diário britânico The Guardian.