Vila do Conde revisita história da Presença e legados de Régio e Julio/Saul Dias
Exposições, publicações e colóquio internacional no programa.
No próximo dia 10 de Março assinala-se o 90.º aniversário da edição, em Coimbra, do n.º 1 da revista Presença – Folha de Arte e Crítica, publicação dirigida por João Gaspar Simões, Branquinho da Fonseca, e depois também José Régio, que marcaria a vida literária em Portugal durante mais de uma década – um dos seus maiores feitos tendo sido a chamada de atenção para a importância da congénere Orpheu, de Pessoa e Sá-Carneiro, lançada cerca de uma década antes e que teve a vida efémera de apenas dois números.
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No próximo dia 10 de Março assinala-se o 90.º aniversário da edição, em Coimbra, do n.º 1 da revista Presença – Folha de Arte e Crítica, publicação dirigida por João Gaspar Simões, Branquinho da Fonseca, e depois também José Régio, que marcaria a vida literária em Portugal durante mais de uma década – um dos seus maiores feitos tendo sido a chamada de atenção para a importância da congénere Orpheu, de Pessoa e Sá-Carneiro, lançada cerca de uma década antes e que teve a vida efémera de apenas dois números.
A efeméride da Presença vai ser assinalada em Vila do Conde, terra natal de Régio e do seu irmão Julio/Saúl Dias – respectivamente o pintor e o escritor –, e onde hoje podemos encontrar e visitar duas casas-museu a documentar e homenagear as respectivas vidas e legados.
O programa da celebração foi apresentado sexta-feira, a pretexto da passagem de outro aniversário “familiar”: os 75 anos do nascimento de José Alberto Reis Pereira (1942-2012), filho de Julio (1902-1983) e sobrinho de Régio (1901-1969), e que antes de morrer doou à autarquia de Vila do Conde um valioso espólio com o legado da criação artística do pai – entretanto instalado no centro de estudos com o nome do pintor-escritor, no edifício do Centro de Memória.
O calendário de actividades inclui a realização de um ciclo de exposições, que abrirá em Maio, no Centro de Estudos Regianos (CER), com O que foi a Presença – Uma leitura a 90 anos de distância, seguindo-se, em Junho, Mapas da imaginação e da memória 2 – Versos de José Régio e desenhos de Julio e, em Novembro, Mapas da imaginação e da memória 3. Presença.
Em Setembro, será lançada uma fotobiografia do autor de Cântico Negro. Também em Novembro, realiza-se um congresso internacional, numa iniciativa conjunta da autarquia, do CER e das faculdades de Letras e de Belas Artes da Universidade do Porto.
O programa inclui ainda um concerto de Ivo Flores, o lançamento de outras publicações e várias actividades educativas.
Na sexta-feira, o Centro de Estudos Julio/Saul Dias promoveu uma homenagem a José Alberto Reis Pereira, que incluiu a inauguração de duas exposições na galeria com o nome do pintor – cuja obra, recorde-se, foi tema do filme de Manoel de Oliveira, As Pinturas do Meu Irmão Julio (1965). Uma das mostras exibe 21 desenhos em tinta-da-China, cera pigmentada e pastel a óleo realizados nos anos 40 por esta que foi uma das figuras relevantes do modernismo português. Do seu filho José Alberto, engenheiro mas também pintor, são igualmente mostrados nove trabalhos realizados na década de 90.
Em simultâneo com esta exposição, o Centro de Memória de Vila do Conde mostra ainda uma retrospectiva com sete dezenas de obras de Julio produzidas entre as décadas de 1920 e 1960.