Estudantes de Coimbra lançam campanha contra regime fundacional na universidade

Os estudantes consideram que o maior perigo da adopção do regime fundacional prende-se com "a retirada de espaço democrático".

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Na próxima semana haverá uma sensibilização para o debate neg nelson garrido

A Associação Académica de Coimbra (AAC) anunciou nesta quarta-feira que vai lançar uma campanha de consciencialização e mobilização dos estudantes contra a eventual passagem da Universidade a fundação, iniciativa que vai decorrer até Abril.

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A Associação Académica de Coimbra (AAC) anunciou nesta quarta-feira que vai lançar uma campanha de consciencialização e mobilização dos estudantes contra a eventual passagem da Universidade a fundação, iniciativa que vai decorrer até Abril.

Em conferência de imprensa, a direcção-geral da AAC anunciou que vai realizar até Abril um conjunto de iniciativas para sensibilizar a comunidade e a sociedade civil para a questão da transformação da Universidade de Coimbra (UC) em fundação, voltando a vincar a sua posição contra o regime fundacional.

A partir de quinta-feira, serão realizados plenários de estudantes nas faculdades e departamentos da UC e, na próxima semana, terá lugar uma primeira "iniciativa de sensibilização para o debate", no âmbito da campanha "Universidade nas tuas mãos".

Para além de plenários e de iniciativas de sensibilização, a associação de estudantes vai ainda promover três debates abertos a toda a comunidade académica em torno do regime fundacional, onde pretende contar com a presença de deputados da Assembleia da República, curadores de universidades-fundação, docentes e dirigentes estudantis, afirmou o presidente da AAC, Alexandre Amado.

"Esta campanha tem por objectivo consciencializar e mobilizar a comunidade académica para a necessidade de alterar o paradigma da governação das instituições de ensino superior no nosso país e travar o seu agravamento pela adesão ao modelo fundacional", sublinhou o responsável.

Para Alexandre Amado, é "fundamental reverter o processo de desmobilização provocado pelo modelo de gestão que o RJIES [Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior] trouxe ao ensino superior e que a universidade-fundação reflecte em absoluto".

Para além de querer travar a passagem da UC a fundação, a associação quer também iniciar uma reflexão em torno do RJIES, para que este modelo seja revisto, de modo a que haja uma participação mais democrática da comunidade académica na vida das universidades, referiu à agência Lusa o dirigente estudantil, à margem da conferência de imprensa.

"O importante nesta fase é a consciencialização alargada da comunidade", notou, considerando que, posteriormente, caberá à Assembleia Magna da AAC decidir outro tipo de acções em torno da matéria, que poderá assumir um "carácter mais reivindicativo".

Em declarações à Lusa, o presidente da associação sublinhou que o maior perigo da adopção do regime fundacional prende-se com "a retirada de espaço democrático", passando a existir um conselho de curadores - cinco personalidades externas - que irão ter um papel importante na tomada de posição de um conjunto de decisões da UC.

Alexandre Amado recordou que caberá a esse órgão aprovar os Estatutos da Universidade, homologar deliberações do Conselho Geral de designação e destituição do reitor, bem como homologar vários planos e documentos estratégicos, como o plano de acção do mandato do reitor, as linhas gerais de orientação no plano pedagógico, científico, financeiro e patrimonial, ou os planos anuais de actividades.