A exposição agrícola que rende votos
O escândalo que envolve François Fillon obrigou-o a adiar, por umas horas, a visita ao Salão Internacional de Agricultura em Paris. Mas o candidato da direita não se atreveu a faltar.
O Salão Internacional de Agricultura em Paris é conhecido por ser o principal acontecimento no mundo agrícola francês. É lá que durante mais de uma semana se concentram os principais produtores do país, onde são mostrados os melhores exemplares da pecuária francesa e se podem ver em prática os mais recentes desenvolvimentos da técnica aplicada à agricultura. Mas, desde há várias décadas, que se tornou também num acontecimento político, algo que é reforçado em ano de eleições presidenciais.
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O Salão Internacional de Agricultura em Paris é conhecido por ser o principal acontecimento no mundo agrícola francês. É lá que durante mais de uma semana se concentram os principais produtores do país, onde são mostrados os melhores exemplares da pecuária francesa e se podem ver em prática os mais recentes desenvolvimentos da técnica aplicada à agricultura. Mas, desde há várias décadas, que se tornou também num acontecimento político, algo que é reforçado em ano de eleições presidenciais.
Apesar da recessão do sector primário, os agricultores franceses são ainda um importante eleitorado, cujo apoio é visto como crucial para quem almeja chegar sequer próximo do Palácio do Eliseu. O Salão Internacional tornou-se na oportunidade perfeita para que candidatos de todos os quadrantes políticos tentem desfazer a ideia muito presente entre os agricultores de que a elite política decide o seu futuro sem sair dos gabinetes dourados de Paris – e sem nunca ter visto uma vaca.
De Jacques Chirac a François Hollande, passando por Nicolas Sarkozy, nenhuma das principais figuras da política francesa das últimas décadas se atreveu a faltar ao encontro com os agricultores, tanto como candidatos como já na pele de presidentes. Mesmo Mitterrand, que nos seus dois mandatos presidenciais nunca pisou a exposição – considerava-a um local “hostil” à esquerda –, não o deixou de o fazer enquanto candidato.
Este ano não foi excepção. Emmanuel Macron, Marine Le Pen, Benoît Hamon e François Fillon passaram algumas horas na companhia de porcos, vacas, cabras, galinhas e patos, enquanto prometiam políticas de maior protecção para o sector. Apenas Jean-Luc Mélenchon, candidato da extrema-esquerda, optou por visitar uma quinta fora de Paris para apresentar as suas propostas para a agricultura.