Novos consumidores de heroína "não são catalães, são estrangeiros”
Entre 37% e 44% dos novos toxicodependentes que recorrem, na Catalunha, às salas de consumo assistido vêm da Rússia, Europa de Leste, Magrebe e Itália, revela o director-geral das Toxicodependências na Catalunha.
Têm chegado novos consumidores às salas ou os utilizadores são os velhos heroinómanos?
Temos desde os heroinómanos muito crónicos até novos consumidores de drogas injectáveis procedentes, nalguns casos, dos países de Leste. Na Catalunha, houve uma estabilização do consumo de heroína nos últimos anos. Os novos injectores não são catalães, são estrangeiros: vêm da Rússia, da Europa de Leste, do Magrebe e de Itália também. Entre 37% a 44% dos utilizadores são estrangeiros.
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Têm chegado novos consumidores às salas ou os utilizadores são os velhos heroinómanos?
Temos desde os heroinómanos muito crónicos até novos consumidores de drogas injectáveis procedentes, nalguns casos, dos países de Leste. Na Catalunha, houve uma estabilização do consumo de heroína nos últimos anos. Os novos injectores não são catalães, são estrangeiros: vêm da Rússia, da Europa de Leste, do Magrebe e de Itália também. Entre 37% a 44% dos utilizadores são estrangeiros.
E quanto aos números de utilização?
As salas da Catalunha registam à volta de 100 mil consumos injectáveis por ano. Nas salas de fumadores, são cerca de 10 mil. Quanto aos utilizadores, registamos à volta de cinco mil pessoas por ano nos injectáveis e cerca de 700 nas salas de fumo. Outro dado importante: temos mais de 800 pessoas que, depois de irem a uma sala de consumo, iniciaram um tratamento de substituição.
Conseguiram medir o impacto em termos de overdoses?
A maioria das salas diminuiu a conflitualidade social – isso vê-se nos números da polícia relativos a roubos e pequenos delitos. Na mortalidade, passámos das 190 mortes por overdose em 1989 até às 60 mortes nos anos mais recentes. E, juntamente com outras estratégias de redução de danos, passámos de um cenário em que 60% a 70% dos heroinómanos eram seropositivos para os actuais 10% ou 15%. O uso de seringas compartilhadas passou de 70% para 20%, o que também ajudou a reduzir os níveis de transmissão do VIH para mínimos históricos. Conseguimos coisas incríveis. Hoje, praticamente todos os casos de infecção por VIH são entre homens que fazem sexo com outros homens. Os casos de contágio decorrente do consumo de drogas são hoje menos de 2%.