101 camelos em Cascais
Um dos mais antigos estúdios de videojogos em Portugal, a Camel 101 tem uma equipa reduzida e uma mão cheia de títulos
A Camel 101 é um pequeno estúdio de videojogos fundado em 2006, em Cascais, pelos irmãos Ricardo e Bruno Cesteiro. Sendo um dos mais antigos estúdios de videojogos em Portugal, a Camel 101 passou por várias fases. Tudo começou quando Ricardo Cesteiro, acabado de sair da universidade, procurou um trabalho no qual as suas qualidades de programação fossem bem aplicadas.
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A Camel 101 é um pequeno estúdio de videojogos fundado em 2006, em Cascais, pelos irmãos Ricardo e Bruno Cesteiro. Sendo um dos mais antigos estúdios de videojogos em Portugal, a Camel 101 passou por várias fases. Tudo começou quando Ricardo Cesteiro, acabado de sair da universidade, procurou um trabalho no qual as suas qualidades de programação fossem bem aplicadas.
Um banco foi o primeiro destino. Mas, após alguns meses, Ricardo notou que os seus dons não estavam a ser bem usados. "Foi, talvez, o período mais secante da minha vida profissional. Havia dias em que não fazia nada a não ser estar sentado na cadeira." Isto acabou por levar à sua saída e aos princípios da Camel 101 — ou, melhor dizendo, da Camel Entertainment, como era conhecida inicialmente.
Na época, a indústria de videojogos já parecia atractiva mas, como a experiência era pouca, Ricardo juntou-se ao irmão (Bruno) e os dois acabaram por criar um motor de jogo em C++. Esse pequeno software foi suficiente para criar o protótipo de um jogo — Vatan —, com o qual venceram os prémios Best Visual Art e Best Game na Games 2006. Em 2009, o nome da empresa mudou para Camel 101 e seguiu-se um período em que a pequena equipa procurou um espaço na indústria, indo atrás das modas da época.
Jogos casuais de browser não faltaram, uns com mais sucesso, outros com menos: títulos como Aquatica: The Sunken City, Tikibar e Orczz fazem parte desse reportório. "Não era isto que me deixava feliz. Por isso, um dia dissemos 'chega' e resolvemos ir noutra direcção", conta Cesteiro. Pelo caminho, conheceram um novo companheiro, Boris Raguza. Um croata que, apesar de estar a milhares de quilómetros de distância, tem sido uma pedra fulcral no pequeno estúdio.
Em 2012, a pequena equipa lança para computador um RTS espacial chamado Gemini Wars. Algo bem mais ao gosto dos seus elementos. A recepção foi suficientemente positiva para a Camel 101 continuar a apostar no mesmo estilo gráfico. Em 2015 surge, igualmente para PC, mais um RTS — o Mechs & Mercs: Black Talons. Mais uma vez, a recepção foi positiva. Finalmente, parecia que a Camel 101 tinha encontrado o seu espaço.
Recentemente, em 2016, a modesta equipa presenteia-nos com Syndrome, um survival horror num estilo igualmente de ficção científica. Mais uma vez, a recepção tem sido positiva — embora, por vezes, quase bipolar —, tendo inclusive direito a estar, por alguns dias, na página do Twitch à frente de títulos como Overwatch. Neste momento, a equipa está a preparar a versão Xbox One e PlayStation 4 de Syndrome.
Ricardo Cesteiro não tem dúvidas: "Tem sido uma viagem louca, mas esperamos continuar a crescer com a sustentabilidade necessária". Podem não ser verdadeiramente 101, mas estes três "camelos" têm demonstrado que, mesmo com poucas pessoas, é possível criar títulos apaixonantes.
Continuação de uma boa viagem, Camel 101.