Trump prepara-se para autorizar exploração de carvão em zonas protegidas
Presidente do EUA deverá romper com a política ambiental de Obama e levantar restrições à exploração de carvão em territórios federais, o que inclui zonas protegidas.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, deverá assinar ainda esta semana ordens executivas para modificar alicerces da política ambiental da Administração Obama, no que toca às emissões de gases com efeito de estufa e controlo da qualidade das águas.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, deverá assinar ainda esta semana ordens executivas para modificar alicerces da política ambiental da Administração Obama, no que toca às emissões de gases com efeito de estufa e controlo da qualidade das águas.
As ordens de Trump, adiantadas esta terça-feira pelo jornal norte-americano Washington Post, vão instruir a Agência de Protecção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) a alterar os limites à emissão de gases de efeito de estufa nas centrais eléctricas a carvão, que foram a base do plano do Presidente Barack Obama para reduzir as emissões de dióxido de cabrono
Outra dá ordem ao Departamento do Interior para que acabe com a moratória imposta em 2009 por Obama à concessão de novas autorizações para a exploração de minas carvão em terras federais – incluindo parques nacionais e outras zonas protegidas.
De acordo com o Washington Post, Trump também deverá pedir à EPA que altere a legislação que colocou parte dos grandes rios e aquíferos do país sob protecção ambiental do Governo.
A reversão de parte da regulação ambiental promovida por Barack Obama era uma das promessas de campanha de Trump, tendo em vista reforçar a indústria de exploração mineira e do gás.
Scott Pruitt, o homem escolhido por Trump para liderar a agência de regulação ambiental, é um céptico em relação à influência da actividade humana no processo das alterações climáticas.
Enquanto procurador-geral do Oklahoma, Pruitt processou várias vezes a EPA - agência que agora comanda - para tentar conter os esforços de regulação ambiental promovidos pelo Governo democrata, defendendo a produção de combustível e gás no seu estado.
A nomeação de Pruitt para liderar a EPA é vista pelos republicanos como uma mudança necessária no organismo, que acusam de ser excessivamente controlador e de impedir a criação de empregos.
Por outro lado, democratas, ambientalistas e muitos funcionários da própria EPA vêem Pruitt como um aliado da indústria dos combustíveis fósseis, e alertam que a sua nomeação pode significar uma reversão no combate à poluição da água e do ar e no papel dos EUA na luta contra as alterações climáticas a nível global.
Scott Pruitt vai falar aos funcionários da EPA esta terça-feira.