Há uma autobiografia de Mick Jagger, mas ele esqueceu-se de que a escreveu
No início dos anos 1980, o vocalista dos Rolling Stones terá alegadamente escrito uma autobiografia, que agora diz não reconhecer. Quem o afirma é o editor John Blake.
Ninguém sabia até agora que Mick Jagger, o célebre vocalista dos Rolling Stones, tinha escrito um livro de memórias de 75 mil palavras. O que seria relativamente normal, se não se desse o caso de, ao que parece, nem o próprio vocalista se recordar de alguma vez de ter escrito a sua própria autobiografia.
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Ninguém sabia até agora que Mick Jagger, o célebre vocalista dos Rolling Stones, tinha escrito um livro de memórias de 75 mil palavras. O que seria relativamente normal, se não se desse o caso de, ao que parece, nem o próprio vocalista se recordar de alguma vez de ter escrito a sua própria autobiografia.
A história é revelada pela revista The Spectator, à qual o editor John Blake assegurou ter um livro de memórias escrito pelo cantor no início dos anos 1980, que lhe teria sido entregue pelo próprio Jagger, através de um amigo comum, há três anos. O problema é que quando Blake entrou em contacto com o vocalista dos Stones, este afirmou não se recordar de ter escrito tal autobiografia. O editor afirma que Jagger, 73 anos, pareceu a princípio inclinado a que a obra fosse publicada, e teria mesmo acordado escrever um prefácio, no qual explicaria que o livro tinha sido escrito “há muito tempo”.
No entanto, de acordo com a versão de Blake, vários acontecimentos se interpuseram na vida do cantor – o suicídio da estilista L'Wren Scott, em 2014, na altura companheira de Jagger, uma digressão mundial da banda, um filme sobre a origem do álbum Exile on Main Street e uma exposição na Galeria Saatchi – que o terão feito mudar de ideias. Em declarações à revista, o editor garante que, após esses acontecimentos, “as portas de aço fecharam-se” e Mick Jagger, alegadamente, já não quis publicar o livro.
No artigo da Spectator são divulgados alguns excertos da alegada autobiografia, nomeadamente um episódio no qual o cantor teria comprado uma propriedade em Hampshire, Inglaterra, quando se encontrava sob efeitos de LSD. Mas o editor descreve esta alegada autobiografia como uma “cápsula de tempo perfeitamente preservada”, que mostra “um Mick mais tranquilo e mais atento do que a caricatura que dele se faz por levar uma vida agitada”.
A ser genuína, e caso viesse a ser publicada, seria interessante confrontar, no que respeita à história dos Rolling Stones, o que Jagger conta nestas memórias e o que Keith Richards, seu colega de banda, narrou em Life (2010), a sua autobiografia lançada em 2010, que foi um grande sucesso de vendas.