Três novas estações em 3,18 quilómetros de linha levam o metro até Vila d’Este
Extensão da Linha D (Amarela), em Vila Nova de Gaia, vai ser percorrida em seis minutos.
A extensão da Linha D (Amarela) do metro do Porto até à urbanização de Vila d’Este, em Vila Nova de Gaia, vai custar 106 milhões de euros e recorrer à utilização de várias soluções ao longo do trajecto com 3,18 quilómetros. Por ali, o metro vai circular à superfície, sobre um viaduto, em túnel mineiro e logo abaixo da superfície, no método conhecido como cut & cover (cortar e cobrir). A obra, que a par com a linha portuense Estação de S. Bento/Casa da Música esgota, para já, a expansão da rede da Metro do Porto, inclui ainda a construção de um parque de materiais com capacidade de recolha de 20 veículos. O novo troço será percorrido em seis minutos.
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A extensão da Linha D (Amarela) do metro do Porto até à urbanização de Vila d’Este, em Vila Nova de Gaia, vai custar 106 milhões de euros e recorrer à utilização de várias soluções ao longo do trajecto com 3,18 quilómetros. Por ali, o metro vai circular à superfície, sobre um viaduto, em túnel mineiro e logo abaixo da superfície, no método conhecido como cut & cover (cortar e cobrir). A obra, que a par com a linha portuense Estação de S. Bento/Casa da Música esgota, para já, a expansão da rede da Metro do Porto, inclui ainda a construção de um parque de materiais com capacidade de recolha de 20 veículos. O novo troço será percorrido em seis minutos.
Ao contrário da nova linha portuense (Linha G, Rosa), que será toda enterrada, a maior parte da extensão da Linha D será feita à superfície. São 2,010 quilómetros a ver passar a cidade, contra 1,121 enterrados. O metro sai de Santo Ovídio e continua, como até aí, à superfície, percorrendo depois um viaduto com 616 metros antes de enterrar, no método cut & cover, e chegar à primeira nova estação, a de Manuel Leitão, já abaixo do solo.
O percurso segue depois por túnel mineiro, num total de 634 metros, antes subir ligeiramente para a solução cut & cover e desenterrar, chegando à segunda estação – a do Hospital Santos Silva – à superfície. Daqui até Vila d’Este, com a excepção de alguns pequeníssimos troços que recorrem ao cut & cover, a viagem segue sempre à superfície.
Apesar de este troço não ser dos que aparecia melhor posicionado em termos de procura, no estudo feito pelo CITTA - Centro de Investigação do Território, Transportes e Ambiente, do Departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, a pedido da Metro, era o único que encaixava na dotação orçamental de 290 milhões de euros, para a expansão da rede. A previsão é que a ligação Santo Ovídio/Vila d’Este irá captar uma média de 5520 clientes por dia (valor que sobe para 6624 clientes/dia, se se contabilizarem apenas os dias úteis), o que está muito abaixo dos 27.800 clientes/dia que a Linha G deverá receber.
Bastante maior é a média de clientes prevista para a futura linha Casa da Música/Devesas, uma das três que a Metro do Porto se comprometeu a estudar – a par com novas linhas na Maia e Gondomar – e que, a concretizar-se, espera receber uma média de 19.071 clientes/dia (22.885, nos dias úteis). O custo associado a esta linha (156 milhões de euros), que deverá cruzar o rio Douro numa nova ponte, e estender-se por 4,29 quilómetros, impedia, contudo, que esta obra pudesse avançar em simultâneo com a de Estação de S. Bento/Casa da Música, remetendo-a para um futuro incerto. Ainda assim, a futura estação que será aberta para receber a linha que partirá da estação ferroviária do centro do Porto vai ficar já preparada para englobar esta nova linha de Gaia, explica a Metro do Porto, na informação a que o PÚBLICO teve acesso e que foi apresentada, na noite de quarta-feira, numa sessão pública em Gaia.
Na extensão da Linha D está prevista a criação de parques de estacionamento nas estações de Manuel Leitão e do Hospital de Santos Silva. E do estudo prévio faz também parte a construção de um parque de materiais, num terreno contíguo à passagem da linha, no troço entre as estações do hospital e de Vila d’Este. O parque terá capacidade para a paragem de 20 veículos de metro e estará dotado de uma estação de serviço, uma máquina de lavar para as composições e um edifício de apoio, para os condutores. Há ainda espaço para o estacionamento de automóveis.
Os utilizadores poderão percorrer toda a linha, entre o Hospital de S. João e Vila d’Este em 33 minutos, sendo o novo troço feito em apenas seis minutos. A frequência prevista é de 12 veículos duplos por hora e sentido, estando a velocidade associada à que se pratica no resto da rede – 80 quilómetros por hora é a velocidade máxima, sendo os troços à superfície percorridos a não mais de 50 quilómetros por hora.
A Metro espera ter este troço pronto um pouco mais cedo do que a obra que vai ser desenvolvida no Porto, uma vez que o prazo de execução é também mais curto – 24 meses, em vez dos 30 previstos para a ligação Estação de S. Bento/Casa da Música. O concurso para o projecto deve avançar em Março deste ano, esperando-se que o concurso para a construção possa ser lançado em Abril de 2018. A construção está calendarizada para decorrer entre Janeiro de 2019 e Janeiro de 2021.
Conforme o PÚBLICO adiantou ontem, a implementação deste troço em Gaia deverá contar com o envolvimento do arquitecto Eduardo Souto de Moura, que foi o responsável pela construção das estações da rede de metro. A empresa pública e o arquitecto vencedor de um Pritzker estão a negociar a forma como esse envolvimento irá decorrer – se as estações serão desenhadas por Souto de Moura ou se ele irá supervisionar os trabalhos, de modo a garantir a coerência das novas estações com as já existentes.