Já há no Porto uma Casa (para) Acreditar

A Acreditar inaugurou a nova Casa do Porto que vai dar apoio às famílias de crianças e jovens com cancro.

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“Uma casa longe de casa”, é assim que o presidente da Acreditar descreve a nova Casa do Porto que vai acolher, gratuitamente, famílias que precisam de se deslocar com os filhos para tratamentos oncológicos no IPO Porto e no Hospital de São João, inaugurada nesta quarta-feira.

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“Uma casa longe de casa”, é assim que o presidente da Acreditar descreve a nova Casa do Porto que vai acolher, gratuitamente, famílias que precisam de se deslocar com os filhos para tratamentos oncológicos no IPO Porto e no Hospital de São João, inaugurada nesta quarta-feira.

Abrem-se as portas a 16 famílias para encontrarem “paz e conforto num caminho cheio de dificuldades”, diz o representante da associação que vai tentar, assim, torná-lo menos sinuoso. Mas as instalações são tudo menos tristes.

Quem o diz é Joana, a menina que faz hoje 9 anos e que cortou a fita na inauguração da “casa gira”. “Senti-me como o Presidente da Republica”, confidenciou, a rir-se. Joana, de madeixas vermelhas, é tudo menos tímida. Andava pela casa como se fosse a dela, pelo meio dos 16 quartos, cozinha comunitária completamente equipada com bancas, fogões e frigoríficos para todas as famílias, sala dos pais, pátio e jardim. A parte favorita é a sala dos brinquedos, desenhada para as crianças com menos de 12 anos. A que menos gosta é a sala de refúgio, um espaço pequeno, só com duas poltronas amarelas. É a única parte da casa propícia ao isolamento. Tudo o resto foi arquitectado para promover o convívio e o diálogo em salas comuns. Aqui, acredita-se na abertura e na segurança.

A prioridade é a estabilidade e qualidade de vida das famílias, que “chegam e ficam o tempo que precisarem de ficar”, diz José Carvalhinho, da direcção da Acreditar. O encaminhamento das famílias é feito pelos Serviços Sociais dos hospitais e embora a estadia seja gratuita, os pais têm de comprar as mercearias, lavar a roupa e cozinhar, rotinas que as famílias tinham antes e que é importante manterem.

Está é a primeira casa da associação na região Norte e tem morada na Rua Académico Futebol Clube, bem perto dos centros de tratamento. A casa, construída em dez meses, contou com mais de um milhão de euros em donativos de vários mecenas nacionais. A partir desta quarta-feira, o Porto junta-se aos outros três centros urbanos onde existem este tipo de apoio para quem frequenta os hospitais de oncologia pediátrica - Coimbra, Lisboa e Funchal.

Texto editado por Ana Fernandes