S&P: BPI é "subsidiária estrategicamente importante" do Caixabank

A agência de notação financeira Standard & Poor's aumentou o 'rating' do BPI para BB+, ainda que continue em 'lixo', na sequência do controlo da maioria do capital do banco pelo espanhol CaixaBank.

Foto
Miguel manso

"Consideramos o banco BPI como um subsidiária estrategicamente importante do CaixaBank e esperamos que beneficie de apoio [de capital do CaixaBank] caso precise", lê-se na informação divulgada esta segunda-feira, na qual a S&P dá conta do aumento da nota de crédito de longo prazo dada ao BPI, de BB- para BB+.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

"Consideramos o banco BPI como um subsidiária estrategicamente importante do CaixaBank e esperamos que beneficie de apoio [de capital do CaixaBank] caso precise", lê-se na informação divulgada esta segunda-feira, na qual a S&P dá conta do aumento da nota de crédito de longo prazo dada ao BPI, de BB- para BB+.

Contudo, este nível ainda é dentro do grau de 'lixo', ainda que o último antes da passagem para grau de investimento. A S&P justifica o facto de a nota do BPI não melhorar mais com o 'rating' atribuído a Portugal, que a penaliza.

A agência  passou ainda a perspectiva da nota do BPI de positiva para estável, ou seja, espera que esta se mantenha neste nível nos próximos meses.

Quanto ao controlo do BPI pelo CaixaBank, a S&P estima que dessa junção surjam sinergias e considera que o grupo espanhol ganha experiência com integração de mais entidades no grupo.

A agência de 'rating' fala também dos desafios que o CaixaBank terá com o BPI, nomeadamente na melhoria da sua rentabilidade, sobretudo se for reduzida ainda mais a participação do BPI no Banco Fomento de Angola (BFA), que tem sido nos últimos anos a grande fonte de resultados do banco liderado ainda por Fernando Ulrich.

Esta melhoria do 'rating' do BPI acontece depois da Oferta Pública de Aquisição (OPA) que deu o domínio do banco ao grupo espanhol CaixaBank, tendo agora 84,5% do capital social do banco.

A 'holding' angolana Santoro (de Isabel dos Santos), até agora segundo maior accionista do banco (18,5%), saiu da estrutura accionista, assim como o grupo português Violas Ferreira e o Banco BIC (que Isabel dos Santos também controla), ambos com participações acima de 2%.

Dos principais accionistas mantém-se apenas a seguradora Allianz (8%), que tem um acordo com o BPI para a colocação dos seus produtos.

Na sequência desta operação, já na semana passada a Fitch tinha melhorado a nota do BPI, mas neste caso para grau de investimento, ainda que no nível mais baixo.