O Porto é outra vez o destino europeu do ano. “Somos os maiores”

Presidente da câmara do Porto diz que mesmo que ninguém do país tivesse votado, a cidade teria vencido na mesma.

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Rui Moreira não teme que o número de turistas na cidade cresça ainda mais Paulo Pimenta

O Porto volta a ser, em 2017, o destino europeu do ano, com uma votação recorde e que chegou de sítios absolutamente inesperados. Vá-se lá explicar porque é que os votos solitários de sítios como as ilhas Caimão, Feroé e Fiji, ou o Congo foram todos para o Porto. O presidente da câmara da cidade, Rui Moreira, tem uma explicação simples: “Somos os maiores.”

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O Porto volta a ser, em 2017, o destino europeu do ano, com uma votação recorde e que chegou de sítios absolutamente inesperados. Vá-se lá explicar porque é que os votos solitários de sítios como as ilhas Caimão, Feroé e Fiji, ou o Congo foram todos para o Porto. O presidente da câmara da cidade, Rui Moreira, tem uma explicação simples: “Somos os maiores.”

Foi assim que o autarca terminou a conferência de imprensa em que admitiu estar “contente” com a terceira distinção para a cidade, na competição promovida pela European Consumers Choice. E razões não lhe faltam. O Porto não só obteve 32% dos votos totais, como conseguiu a maior votação de sempre, com 138.116 votos, tendo sido a escolha de países tão improváveis como o Afeganistão ou a Antígua, locais que enviaram dois votos cada e todos para o Porto.

Mas a cidade venceu também em países com o maior número de participações, como os Estados Unidos, o Reino Unido, França, Dinamarca, África do Sul, Coreia do Sul, Suécia, Irlanda ou Canadá. De facto, quase 57% dos votos chegaram de fora de Portugal, com a cidade a vencer em 85 países, tendo sido a escolha de moradores em 174. Razões que levaram o presidente da Câmara do Porto a defender que, mesmo que nenhum português a residir em território nacional tivesse votado, a cidade teria vencido na mesma.

A concorrência era feroz, com cidades como a italiana Milão (2.º lugar), a polaca Gdansk (3.º lugar), a capital grega, Atenas (4.º lugar), Viena (7.º lugar) ou a espanhola Madrid (10.º lugar) a apresentarem-se à competição. Mas o Porto acabaria por vencer, e sem o apoio do Turismo do Portugal, disse ao PÚBLICO Rui Moreira. “Quando Lisboa concorreu, o Turismo de Portugal fez cinco acções [de promoção], este ano, fez zero. A única coisa que fez foi colocar um post no Facebook deles”, disse o autarca.

O agradecimento do presidente da câmara foi, por isso, para o Associação de Turismo do Porto, que promoveu a campanha de apelo ao voto na cidade, com figuras conhecidas da música, desporto ou moda. Rui Moreira preferiu destacar a participação do reitor da Universidade do Porto, Sebastião Feyo de Azevedo. “Ter um outdoor com o reitor a dar a cara pelo Porto… É sinal que a cidade está junta, está unida. Isto foi, acima de tudo, um esforço da cidade”, disse.

E, afinal, o que é que o Porto tem? “A cidade acumula vários factores: tradição, é extraordinariamente cosmopolita e um local onde as pessoas se sentem muito bem. E temos uma visão optimista, uma marca de que as pessoas também gostam”, disse o autarca nos Paços do Concelho, na tarde desta sexta-feira, meia hora depois de se conhecerem os resultados.

Realçando que esta foi “uma semana extraordinária para o Porto”, o presidente da câmara não quis centrar-se em problemas, e questionado sobre se o turismo crescente poderá vir a tornar-se problemático para a cidade, respondeu: “O Porto tem uma dimensão geográfica igual à de Bordéus e tem 10% do turismo que esta cidade tem. O que seria se estivéssemos fechados, tristes, a perder campeonatos?”. E com o campeonato como mote, o autarca disse mesmo que o próximo objectivo da cidade é ganhar “o tetra”, ainda que tal não possa acontecer já no próximo ano, já que, segundo as regras da competição, o vencedor não pode candidatar-se no ano seguinte.

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