Esta noite vai ser de um eclipse na penumbra

O próximo eclipse penumbral total da Lua, como o desta noite, será em 2053.

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O eclipse atinge o ponto máximo às 00h44 PAULO RICCA/PÚBLICO

A noite desta sexta-feira vai ser motivo para olhar o céu com especial atenção. Afinal, vai haver um eclipse penumbral total da Lua – um fenómeno raro  e um cometa vai passar próximo da Terra. Mas não será uma noite para grandes observações, visto que as condições atmosféricas não estarão propícias para se ver o eclipse e, quanto ao cometa, apenas poderá ser observado através de um telescópio.

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A noite desta sexta-feira vai ser motivo para olhar o céu com especial atenção. Afinal, vai haver um eclipse penumbral total da Lua – um fenómeno raro  e um cometa vai passar próximo da Terra. Mas não será uma noite para grandes observações, visto que as condições atmosféricas não estarão propícias para se ver o eclipse e, quanto ao cometa, apenas poderá ser observado através de um telescópio.

Tudo começa em Portugal continental e na Madeira às 22h32 (hora de Lisboa) e nos Açores uma hora mais cedo: a Lua Cheia vai entrar na região de penumbra da Terra. O que é que isto significa? Imagine que estamos na Lua e que vamos viajar dentro de um círculo de sombra. Este círculo está dividido em duas partes, uma parte mais próxima do centro, que é a umbra, onde a luz reflectida pela Lua é completamente bloqueada; e outra mais próxima do limite da circunferência, a penumbra, que é a região onde apenas uma porção da luz da Lua é obscurecida.

Concentremo-nos então na penumbra: é aqui que a viagem da Lua de aproximadamente quatro horas e meia vai passar-se esta noite. “A Lua não entra no cone de sombra da Terra”, explica o astrónomo Rui Agostinho, do Observatório Astronómico de Lisboa. “Há então uma parte com mais luz e outra com menos luz. O lado da Lua que está mais para dentro da umbra é o mais escuro e o mais afastado tem mais luz”, refere. O que acontece é que vemos uma variação do brilho da Lua. “O brilho total diminui”, explica Rui Agostinho. De acordo com o astrónomo, no ponto máximo do eclipse, às 00h44, a parte da Lua que “toca” na zona da penumbra mais próxima da umbra vai brilhar cerca de 5% do que o costume, ou seja, esta é o momento mais escuro do fenómeno. Já a parte da Lua que está na zona da penumbra mais distante da umbra fica quase com 100% do brilho. 

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Ilustração do Observatório Astronómico de Lisboa sobre o fenómeno

Na Terra, vemos o eclipse lunar até às 02h56, momento em que a Lua sairá da região da penumbra. E atinge o ponto máximo às 00h44. Aqui a variação do brilho será mais notada. O eclipse também será visto na Ásia, Europa, África, Médio Oriente, América do Sul, América do Norte e oceano Índico, oceano Atlântico, e no Leste do oceano Pacífico.

Os eclipses da Lua são fenómenos frequentes, todos os anos acontecem entre três a quatro eclipses totais, parciais ou penumbrais. Os eclipses penumbrais são os menos frequentes. E dentro dos eclipses penumbrais, que englobam os totais e os parciais, há uma média de um por ano. Mas se olharmos só para os eclipses penumbrais totais, como o desta noite, então é um fenómeno raro: só acontecem, em média, 15 vezes a cada 500 anos. O próximo só acontecerá 2053 e será visível em Portugal. Ainda neste século haverá eclipses penumbrais totais em 2070, 2082 e 2099, mas não os poderemos ver de Portugal. 

Nesta noite de sexta-feira para sábado, em Portugal continental o eclipse penumbral terá pouca expressão. “A atmosfera não vai deixar ver este eclipse”, diz-nos Rui Agostinho. 

Um cometa próximo da Terra

Também durante esta sexta-feira, um cometa passará próximo da Terra. Chama-se 45P/Honda-Mrkos-Pajdušáková e é um cometa de órbita elíptica e de período curto. Este cometa passa na Terra a cada cinco anos (aproximadamente). Durante esta sexta-feira estará a uma distância de cerca de 12 milhões quilómetros do nosso planeta, o que equivale a 32 vezes a distância da Terra à Lua, de acordo com o Observatório Astronómico de Lisboa.

Mas Rui Agostinho faz questão de salientar: “O cometa é mais difícil de ser visto. Para vermos o cometa é preciso um telescópio.” Para quem o quiser fazer, é necessário ter em conta que o cometa vai passar da constelação de Hércules para a constelação da Coroa Boreal. Este cometa foi descoberto a 5 de Dezembro de 1948 por Minoru Honda e foi depois fotografado por Antonín Mrkos e Ludmila Pajdušáková, do Observatório Skalnate Pleso na Eslováquia.

Esta sexta-feira, a noite é mesmo de eclipse, como destaca Rui Agostinho: “A Lua vai estar bonita, mesmo apesar de ser um eclipse penumbral.