Conselho de Segurança Nuclear espanhol aceita prolongar vida de central
Parecer positivo abre precedente que poderá abranger a central nuclear de Almaraz, junto à fronteira com Portugal, cuja licença de exploração caducaria em 2020.
O Conselho de Segurança Nuclear (CSN) espanhol deu um parecer favorável para que a central nuclear de Garona possa operar até completar 60 anos, decisão que pode servir de precedente para outras cinco centrais, entre as quais a de Almaraz.
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O Conselho de Segurança Nuclear (CSN) espanhol deu um parecer favorável para que a central nuclear de Garona possa operar até completar 60 anos, decisão que pode servir de precedente para outras cinco centrais, entre as quais a de Almaraz.
O organismo responsável pela energia nuclear em Espanha aprovou na quarta-feira, em Madrid, um parecer favorável à reabertura da central nuclear de Garona, na província de Burgos (Castela e Leão), sempre e quando o operador, a Nuclenor, cumpra as condições de investimento em segurança que forem exigidas.
Depois deste parecer, cabe agora ao Ministério da Energia espanhol decidir se autoriza a Nuclenor a voltar a ligar a central à rede eléctrica, visto estar parada desde 2012.
O parecer favorável abre a via para que as outras cinco centrais nucleares activas em Espanha - Almaraz, Cofrentes, Trillo, Ascó y Vandellós - peçam também para continuarem a operar para além dos 40 anos, que vão cumprir nos próximos anos.
Almaraz pode ser a próxima
A central que em seguida irá pedir autorização para continuar a operar é a de Almaraz, a que mais electricidade gera (30% do subsector), operada pela Iberdrola, Unión Fenosa e Endesa na província de Cáceres (Estremadura espanhola), a 100 km da fronteira portuguesa, com dois reactores que entraram em funcionamento em 1981 e 1983.
O Ministério da Energia espanhol deverá decidir até ao fim do ano ou início de 2018 se prolonga a actual licença de exploração da central de Almaraz, que caduca em 2020.
A central nuclear de Zorita (Guadalajara) é aquela que, até agora, esteve mais tempo em funcionamento, 37 anos, de 1969 a 2006.
Em 16 de Janeiro, Portugal apresentou à Comissão Europeia uma queixa relacionada com a decisão espanhola de construir um armazém de resíduos nucleares em Almaraz, sem avaliar o impacto ambiental transfronteiriço. O Governo português defende que, no projecto de um aterro de resíduos junto à central nuclear de Almaraz, "não foram avaliados os impactos transfronteiriços", o que está contra as regras europeias.
Os ambientalistas portugueses e espanhóis estão contra o prolongamento da licença de exploração de Almaraz e desconfiam que a decisão de construção desse aterro seja o primeiro passo para prolongar a vida da central para além de 2020.