Nova condenação deixa candidatura de Navalni em risco

O principal opositor do Presidente russo foi condenado em 2013. Tribunal voltou a condená-lo a cinco anos de pena suspensa.

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O advogado e blogger ganhou notoriedade por denunciar a corrupção das elites e dos empresários próximos do Kremlin Reuters/Maxim Shemetov

O advogado e blogger Alexei Navalni, uma das principais figuras da oposição russa, voltou a ser condenado esta quarta-feira por corrupção na repetição do julgamento de 2013, avança a BBC, citando agências locais. O activista diz tratar-se de uma tentativa para o retirar das eleições presidenciais de 2018.

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O advogado e blogger Alexei Navalni, uma das principais figuras da oposição russa, voltou a ser condenado esta quarta-feira por corrupção na repetição do julgamento de 2013, avança a BBC, citando agências locais. O activista diz tratar-se de uma tentativa para o retirar das eleições presidenciais de 2018.

O tribunal de Kirov condenou Navalni a cinco anos de pena suspensa por desvio de fundos públicos, repetindo a sentença emitida em 2013. "O juiz vai voltar e ler as mesmas coisas, o que diz muito sobre este julgamento", disse Navalni, citado pelo Guardian, durante uma pausa na sessão.

O político disse não reconhecer a sentença e reafirmou a intenção de manter a sua candidatura, embora não tenham sido dados pormenores de como o poderá fazer. "O que estamos a ver é uma espécie de telegrama enviado do Kremlin, dizendo que eles acreditam que eu, a minha equipa, e as pessoas cuja visão eu defendo, são demasiado perigosos para permitirem que participemos na campanha eleitoral", disse Navalni, citado pela Reuters.

O advogado e blogger ganhou notoriedade por investigar e denunciar na Internet a corrupção das elites e dos empresários próximos do Kremlin, tornando-se a figura mais forte da oposição nas manifestações populares de 2011 e disputou a presidência da câmara de Moscovo dois anos depois.

Em 2013, Alexei Navalni e o irmão Oleg foram julgados e condenados por acusações de terem cobrado abusivamente 27 milhões de rublos (400 mil euros) à empresa de cosméticos francesa Yves Rocher, através de um contrato para distribuir os seus produtos entre 2008 e 2012. Esta sobrefacturação teria sido possível graças ao emprego de Oleg Navalni nos correios russos. Alexei Navalni nega as acusações, afirmando que o processo tem motivações políticas.

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos ordenou que o caso fosse reapreciado, ao concluir que Navalni não teve um julgamento justo em 2013.

Confrontado com o possível afastamento de Navalni das eleições presidenciais, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que tais preocupações são "inapropriadas".