Utilizadores preocupados com segurança, mas partilham palavra-passe
Inquérito feito pelo Google em Portugal mostra que 55% dos cibernautas entre os 13 e os 30 anos deram os dados a pessoas de confiança.
Muitos utilizadores mais jovens de Internet em Portugal têm receio de que as suas contas na Internet sejam pirateadas, mais ainda assim optam por utilizar a mesma palavra passe para várias contas online e alguns partilham-na com terceiros, sugere um estudo do Google, que fez inquéritos em Portugal.
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Muitos utilizadores mais jovens de Internet em Portugal têm receio de que as suas contas na Internet sejam pirateadas, mais ainda assim optam por utilizar a mesma palavra passe para várias contas online e alguns partilham-na com terceiros, sugere um estudo do Google, que fez inquéritos em Portugal.
Os resultados foram divulgados nesta terça-feira, no âmbito das comemorações do Dia da Internet Segura. De entre a amostra de 305 pessoas entre os 13 e os 30 anos, 55% admitiram dar a palavra passe a alguém de confiança, com 36% a dizerem que utilizam a mesma palavra passe para todas as suas contas na Internet. Mais de metade (62%) não se sente confiante sobre a segurança das suas contas online.
Em Portugal, contudo, os crimes informáticos estão a diminuir. Segundo a Guarda Nacional Republicana, em 2016 foram registados menos 157 crimes informáticos face ao ano anterior. Ainda assim, foram registados 911 crimes informáticos e a GNR observou um aumento de outros crimes que utilizam a internet para burlar ou extorquir alguém, o que pode aumentar a desconfiança quanto à segurança na Internet.
A tendência parece ser global.Cerca de dois terços das crianças europeias têm medo de utilizar a Internet com receio que um desconhecido as possa intimidar, lhes peça para fazer algo ilegal ou consiga aceder a informações online já apagadas, segundo um estudo promovido pela empresa de segurança informática Kaspersky Lab.
Já de acordo com o mais recente relatório da Internet Society, uma organização sem fins lucrativos que promove a utilização da Internet, “as falhas de segurança online em massa, as incertezas sobre quem tem acesso aos nossos dados, a cibercriminalidade, e a possibilidade de estarmos a ser vigiados, prejudica a confiança dos utilizadores da Internet”. Dados de 2016 mostram que as preocupações de segurança impediram cerca de 28% dos utilizadores da Internet de partilhar informação pessoal em redes socias e de negócios, e 18% de utilizar serviços bancários online.
O Google, no entanto, lembra que ter as credenciais de acesso (o nome de utilizador e a palavra passe) já não são o suficiente para piratear uma conta nos serviços da empresa, que incluem o Gmail e o YouTube, por exemplo. “Estamos atentos a sinais mais subtis para confirmar que o início da sessão é normal: está a usar o mesmo dispositivo que normalmente usa? Encontra-se num local familiar ou algures num local longínquo onde nunca esteve?”, explicou em comunicado.
Texto editado por João Pedro Pereira