Três suspeitos do processo Jogo Duplo em prisão domiciliária
Caso continua em investigação e, em Dezembro, oito jogadores de futebol ficaram impedidos de jogar em equipas da I e II Liga. Só dois se mantêm a jogar, mas nos escalões distritais, não abrangidos pela decisão judicial.
Os três suspeitos que ficaram presos preventivamente em Maio do ano passado no âmbito da Operação Jogo Duplo por alegadamente fazerem parte de uma organização que se dedicava a viciar resultados para garantir apostas vencedoras estão actualmente em prisão domiciliária. Os três arguidos que se mantém privados da liberdade são um jogador brasileiro do Oriental de Lisboa e dois empresários, um dos quais com ligações à claque do FC Porto Super Dragões.
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Os três suspeitos que ficaram presos preventivamente em Maio do ano passado no âmbito da Operação Jogo Duplo por alegadamente fazerem parte de uma organização que se dedicava a viciar resultados para garantir apostas vencedoras estão actualmente em prisão domiciliária. Os três arguidos que se mantém privados da liberdade são um jogador brasileiro do Oriental de Lisboa e dois empresários, um dos quais com ligações à claque do FC Porto Super Dragões.
A passagem da prisão preventiva para obrigação de permanência na habitação resultou, no caso dos dois empresários, de um recurso apresentado na Relação de Lisboa. Os três arguidos fazem parte de um rol de 15 pessoas detidas em Maio do ano passado no âmbito desta investigação. O inquérito, que entretanto foi declarado de especial complexidade, continua em investigação, adianta a Procuradoria-Geral da República, sem mais pormenores.
Em Dezembro passado, na sequência de um recurso do Ministério Público, os oito jogadores suspeitos (quatro jogavam na Oliveirense e quatro no Oriental) foram suspensos de funções, ficando impedidos de jogador de futebol em equipas da I e II Liga (os dois campeonatos profissionais). Deste rol, só dois se mantêm a jogar, mas fazem-no nos escalões distritais, não abrangidos pela decisão judicial.
Por ter sido declarada a especial complexidade, o Ministério Público terá até Maio para acusar os suspeitos, se quiser manter os três arguidos privados de liberdade. No entanto, o PÚBLICO sabe que uma das defesas tem estado a invocar a nulidade do despacho que declarou a especial complexidade, o que pode dar origem à libertação dos suspeitos por estar esgotado o prazo máximo da medida de coacção.
O processo encontrou indícios de duas situações distintas. Apostadores asiáticos que para se certificarem que iriam ganhar as apostas corrompiam vários jogadores (através de intermediários) para estes interferirem no resultado da sua equipa num determinado jogo. E uma outra situação relacionada com a viciação de resultados: dirigentes desportivos do Leixões que terão corrompido jogadores da equipa adversária, para, no último jogo do anterior campeonato, garantirem a vitória que os impediria de descer de divisão. Os dois dirigentes do Leixões que também foram suspensos de funções deixaram entretanto os respectivos cargos.