Menos crimes informáticos mas mais burlas e extorsões online em 2016

Em 2016, foram registados 911 crimes informáticos, menos 157 face a 2015.

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Em 2016 a GNR registou 3171 burlas (mais 291) e das 98 extorsões, mais 291 e 22 do que em 2015, respectivamente MIGUEL MADEIRA/Arquivo

A Guarda Nacional Republicana registou menos crimes informáticos em 2016, mas observou um aumento de outros crimes que utilizam a internet para burlar ou extorquir alguém.

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A Guarda Nacional Republicana registou menos crimes informáticos em 2016, mas observou um aumento de outros crimes que utilizam a internet para burlar ou extorquir alguém.

Em 2016, foram registados 911 crimes informáticos, menos 157 face a 2015, revelam dados da GNR, divulgados na véspera de se assinalar o Dia Europeu da Internet Segura.

"Não obstante, com o aumento dos recursos tecnológicos, registou-se um aumento de outros crimes relacionados com o meio informático como é o exemplo das 3171 burlas (mais 291) e das 98 extorsões (mais 22)", adianta a GNR em comunicado.

São exemplos de crimes informáticos o phishing, fraude online, da qual pode resultar a perda de dados pessoais, dados de contas bancárias, tendo em vista obter ganhos ou vantagens económicas, e o ransomware, um vírus que chega ao computador através do e-mail e que pede um resgate monetário para que seja desbloqueado.

Já as burlas e as extorsões online são casos em que se usa o meio informático para enganar alguém.

No ano passado também chegaram à Linha Alerta do Centro Internet Segura 900 denúncias de casos de conteúdos ilegais online, número que se manteve em relação ao ano anterior.

Contudo, depois de analisadas, verificou-se que mais de metade não correspondia a conteúdos ilegais, disse à Lusa a Coordenadora do Centro Internet Segura, Sofia Rasgado.

Sofia Rasgado explicou que os conteúdos ilegais enquadram "a exploração de abuso sexual de menores, a apologia à violência e a apologia ao racismo".

As denúncias destas situações podem ser feitas "a qualquer momento" e anonimamente, através do número gratuito (800 200 212) da Linha Alerta, uma linha que consiste no bloqueio de conteúdos ilegais na internet e na perseguição e acusação criminal de quem publica este tipo de conteúdos.

Para os casos que não consegue dar resposta, o centro conta com o apoio de entidades parceiras, como a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) e o Instituto de Apoio à Criança (IAC).

O Centro Internet, coordenado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, também tem a Linha Internet Segura (800 219 090) para apoio e esclarecimento de dúvidas sobre a utilização segura das tecnologias de informação e comunicação.

Para assinalar o Dia Europeu da Internet Segura, a GNR e a Microsoft Portugal vão realizar, entre quarta e sexta-feira, acções de sensibilização em todo o país que irão abordar temas como o cyberbullying, o furto de identidade, a privacidade, a incorrecção das fontes de informação, os vírus informáticos e a dependência da internet.

A campanha tem como público-alvo crianças e jovens, encarregados de educação, idosos e agentes educativos.

Em 2016, a GNR e a Microsoft sensibilizaram 75 mil alunos, sendo o objectivo para 2017 chegar a mais de 90 mil alunos, 1500 pais, 400 escolas, 1500 professores e 2000 idosos, com o apoio de mais de 700 voluntários.

Já o Centro Europeu Internet Segura assinala a efeméride com um seminário em Lisboa, com o tema "Marca a diferença: Unidos por uma Internet melhor!".