The End: os Black Sabbath tocaram o seu último concerto
Digressão de despedida marca o fim da vida de estrada da banda de Ozzy, Iommi e Butler. Duas horas em Birmingham fecharam com Paranoid.
Paranoid foi o primeiro e único êxito dos Black Sabbath nos tops e foi a última canção dos pioneiros do metal em palco. Sábado à noite, em Birmingham, Ozzy Osbourne e companhia despediram-se de uma multidão entusiástica que sabia que este era The End – título da digressão e declaração inequívoca da intenção de pôr fim ao percurso indelével do grupo britânico na história do rock.
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Paranoid foi o primeiro e único êxito dos Black Sabbath nos tops e foi a última canção dos pioneiros do metal em palco. Sábado à noite, em Birmingham, Ozzy Osbourne e companhia despediram-se de uma multidão entusiástica que sabia que este era The End – título da digressão e declaração inequívoca da intenção de pôr fim ao percurso indelével do grupo britânico na história do rock.
War pigs, Into the void, Iron man, o início com a homónima Black Sabbath e o fim com Paranoid – a setlist de 16 canções foi maioritariamente composta por canções de Paranoid (seis), Black Sabbath (três) e Master of Reality (outras três), alguns êxitos e bastantes temas menos conhecidos. Nascidos exactamente em Birmingham em 1968 (no próximo ano assinala-se o seu 50.º aniversário) e com o primeiro álbum, o homónimo Black Sabbath, a ser editado em 1970, mantiveram-se no activo com vários hiatos e reformulações do seu elenco, tendo a substituição de Ozzy por Ronnie James Dio em 1979 sido a mais famosa das muitas subsequentes.
A gigantesca digressão encetada no início de 2016 teve 81 datas mundo fora e terminou na Genting Arena com Osbourne, o guitarrista Tony Iommi e o baixista Geezer Butler em palco, acompanhados pelo baterista Tommy Clufetos (o baterista original, Bill Ward, já não actua com a banda desde 2012 por discordâncias contratuais) e pelo teclista Adam Wakeman. Cerca de 16 mil pessoas esgotaram o pavilhão para um concerto de perto de duas horas que a Rolling Stone descreve como “hard rock e heavy metal primordial pelos pioneiros mais proeminentes do género”; a crítica do Observer, Kitty Empire, avaliava sobre um concerto recente em Glasgow que “esta digressão é um hino às mãos dos seus artesãos musicais e não às peculiaridades de Osbourne”.
O primeiro concerto foi ali, em Birmingham, no Crown Pub, e deu início à sua “aventura mais incrível”, disse Osbourne à BBC antes do concerto. Garantiu – “isto acaba mesmo aqui”. É que muitas são as “últimas digressões” e os “últimos concertos” da história da música que se tornam notas de rodapé de eternos regressos e actuações especiais – Iommi e Butler admitiram já que considerariam esta última hipótese.
“Quase que vos disse ‘E se voltássemos e fizéssemos isto outra vez?’. Mas não vamos”, disse em palco, sorridente e após War pigs, o rosto dos Sabbath no sábado à noite. “Sem demonstrações emotivas”, continua a Rolling Stone, o espectáculo continuou mas a banda vota-se a pôr fim à sua actividade ao vivo. A interpretação de Paranoid naquela que será a última digressão dos músicos foi transmitida ao vivo no Facebook. Balões, fogo-de-artifício, confetti e fotos comemorativas puseram fim ao concerto, com milhares de mãos de todas as idades levantadas e algumas lágrimas a despedirem-se dos Black Sabbath do lado da plateia.
Ozzy continuará a solo e em 2018 os 50 anos da fundação dos Black Sabbath, e de toda a influência que trouxeram para a evolução do rock e das suas linguagens mais pesadas, serão assinalados com uma exposição itinerante, indica a BBC.