Homem travado a tiro no centro de Paris em “ataque de natureza terrorista”
Polícia diz que o homem que gritou "Alla'hu Akbar" enquanto ameaçava militares com catana pode ser egípcio. Feriu um soldado e foi baleado com cinco tiros - está ferido com gravidade.
Um homem foi atingido por um militar francês com cinco tiros junto ao Carrousel du Louvre, o centro comercial que fica nas imediações do conhecido museu de Paris, nesta sexta-feira de manhã. Terá ameaçado e tentado agredir um grupo de soldados e agentes da polícia que estavam de sentinela naquela zona da capital francesa, tendo ferido um militar no antebraço com uma catana.
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Um homem foi atingido por um militar francês com cinco tiros junto ao Carrousel du Louvre, o centro comercial que fica nas imediações do conhecido museu de Paris, nesta sexta-feira de manhã. Terá ameaçado e tentado agredir um grupo de soldados e agentes da polícia que estavam de sentinela naquela zona da capital francesa, tendo ferido um militar no antebraço com uma catana.
O chefe da polícia de Paris, Michel Cadot, disse que o suspeito gritou "Alla'hu Akbar" ("Deus é grande", em árabe) antes de ser atingido. Segundo o mesmo responsável, o homem encontra-se vivo e foi entregue aos cuidados de uma equipa de socorro médico, estando neste momento em estado crítico. A investigação policial determinou que o homem é um egípcio de 29 anos de idade, que chegou a França no dia 26 de Janeiro depois de obter um visto turístico no Dubai, afirmou o procurador Francois Molins citado pela Reuters. Fontes de segurança no Cairo identificaram também à agência o atacante como sendo Abdullah Reda al-Hamamy, nascido em Dakahlia, uma província a norte do Cairo.
O “grave incidente de segurança pública” foi confirmado pelo Ministério do Interior via Twitter, rede social em que o gabinete de Bruno Le Roux está a acompanhar o desenrolar do caso e onde apelou aos franceses para que não disseminassem informações falsas. A identidade do suspeito ainda não é conhecida.
Foi estabelecido um perímetro de segurança no local, que foi evacuado. O mesmo começou a acontecer com o Louvre – um dos maiores e mais visitados museus do mundo, onde se encontra, por exemplo, a famosa Mona Lisa de Leonardo Da Vinci –, de onde as pessoas serão retiradas em pequenos grupos e, segundo Michel Cadot, “após as verificações necessárias”.
As estações de metro do Palais Royal e do Louvre foram encerradas.
Quem se encontrava perto do local em que ocorreu o incidente foi mantido à distância – até porque as autoridades francesas receavam que o suspeito pudesse transportar explosivos nas duas mochilas que levava às costas, com as quais tentava entrar no Louvre; o chefe da polícia parisiense já fez saber que a brigada de minas e armadilhas nada encontrou.
“É preciso saudar a serenidade e o grande profissionalismo da polícia e dos militares”, disse o porta-voz do Ministério do Interior francês, Pierre-Henry Brandet, em nome do ministro Bruno Le Roux (que se encontra em viagem). “Saudamos também a resposta dos funcionários do Museu do Louvre, que abrigaram os visitantes.” Brandet sublinhou que “este incidente lembra-nos que ameaça está presente e que é um assunto de todos”.
“Ataque de natureza terrorista”
O porta-voz do Interior deu ainda conta de as autoridades terem “interpelado” uma segunda pessoa, cuja “implicação [no incidente] será determinada pelo procurador da República”. Num comunicado, a procuradoria diz ter aberto um inquérito anti-terrorismo. Michel Cadot disse tratar-se de um “ataque” que “representou uma ameaça directa e cujas acções sugeriam um contexto terrorista", cita a Reuters.
O primeiro-ministro francês considera que a França está “obviamente” perante “um ataque de natureza terrorista”, cita a rádio Europe 1. “É preciso ser prudente, mas eu tenho essa informação”, sublinhou Bernard Cazeneuve, a partir de Bayeux, na Baixa-Normandia, felicitando os militares envolvidos pelo seu “sangue-frio”.
Em Malta, onde está para cimeira de líderes europeus, o Presidente francês disse que "não há dúvida" de que este foi um ataque de "natureza terrorista", cita a Associated Press. François Hollande afirmou, já nesta sexta-feira à tarde, que a situação "está totalmente controlada" e sublinhou que o incidente mostra a necessidade para o aumento das patrulhas de segurança em território francês.