Fitch mantém rating português
Agência assinala melhoria do desempenho económico no final de 2016, mas alerta para vulnerabilidade do país face a riscos exteriores.
Num cenário em que observa uma moderação dos riscos internos da economia, mas avisa para a vulnerabilidade do país face a acontecimentos externos, a agência de notação financeira internacional decidiu não realizar qualquer alteração ao rating atribuído a Portugal, mantendo-o no nível “lixo” em que se encontra desde o início da crise.
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Num cenário em que observa uma moderação dos riscos internos da economia, mas avisa para a vulnerabilidade do país face a acontecimentos externos, a agência de notação financeira internacional decidiu não realizar qualquer alteração ao rating atribuído a Portugal, mantendo-o no nível “lixo” em que se encontra desde o início da crise.
No relatório publicado esta sexta-feira à noite sobre Portugal, a agência – uma das quatro que são consideradas pelo BCE na sua análise de risco dos títulos de dívida – mantém o défice de BB+ com uma tendência “estável”, o que significa que não está a antecipar para breve qualquer alteração na classificação atribuída.
Neste momento, a única das quatro agências que atribui um rating acima do nível “lixo” a Portugal é a DBRS, que desta forma segura o acesso do país ao financiamento do BCE.
No relatório, a Fitch assinala a ocorrência de uma recuperação do ritmo de crescimento na segunda metade de 2016 e aponta para uma ligeira aceleração da economia em 2017, de 1,3% para 1,5%. No entanto, logo a seguir, são destacados os perigos que Portugal ainda enfrenta e que não permitem uma saída do rating do “lixo”.
“Os riscos macroeconómicos internos tornaram-se mais moderados, mas Portugal continua vulnerável a desenvolvimentos externos”, diz o relatório da Fitch que destaca, por exemplo, o efeito negativo que pode resultar das “ameaças proteccionistas crescentes” ou da “volatilidade dos mercados” decorrente das eleições agendadas na Europa.
Para além dos factores externos, a Fitch mostra ainda preocupação com a situação do sector bancário, onde se pedem progressos na venda do Novo Banco e na “implementação de uma solução sistémica para os balanços repletos de imparidades”.
Apesar de as regras europeias exigirem que as agências anunciem, sem fugas, as suas decisões relativamente aos ratings depois do fecho dos mercados bolsistas, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já tinha revelado esta sexta-feira de manhã que a Fitch mantinha o rating português.