Guterres: EUA devem "pôr fim a restrições aos refugiado quanto antes"
Secretário-geral da ONU diz que esta "esta não é a melhor maneira de proteger um país de uma possível infiltração terrorista".
António Guterres, secretário-geral da ONU, defendeu nesta quarta-feira que as restrições impostas pelos Estados Unidos à entrada de refugiados e cidadãos de sete países muçulmanos “devem ser removidas o mais rapidamente possível”.
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António Guterres, secretário-geral da ONU, defendeu nesta quarta-feira que as restrições impostas pelos Estados Unidos à entrada de refugiados e cidadãos de sete países muçulmanos “devem ser removidas o mais rapidamente possível”.
“Esta não é a melhor maneira de proteger os EUA ou qualquer outro país dos perigos de uma possível infiltração terrorista. Não penso que seja uma forma eficaz de o fazer. Estas medidas devem ser afastadas quanto antes”, disse Guterres, em conferência de imprensa, referido-se à ordem executiva de Donald Trump que visa cidadãos do Irão, Iraque, Líbia, Iémen, Sudão, Somália e Síria.
Já esta segunda-feira Guterres tinha afirmado, em comunicado, que “os países têm o direito, até a obrigação, de gerir responsavelmente as suas fronteiras para evitar a infiltração de membros de organizações terroristas”, afirmou, sem nunca referir o nome do Presidente dos EUA. “Isto não pode ser baseado em nenhuma forma de discriminação relacionada com religião, etnia ou nacionalidade porque isso é contra os princípios fundamentais e valores em que se baseiam as nossas sociedades”, explicou.
Agora, o secretário-geral da ONU foi mais directo nos avisos deixados à nova Administração norte-americana, insistindo que “os refugiados vivem uma situação dramática e não têm outra opção senão procurar protecção”, cita o El País. Concluindo que “é óbvio que esta não é a maneira” como se luta contra o terrorismo, o antigo primeiro-ministro português admitiu, no entanto, que a guerra ao extremismo é de grande complexidade. "Se uma organização terrorista global tenta atacar qualquer país, provavelmente não vem com pessoas com passaportes de países que são hoje zonas de conflito", reforçou.
Apesar de tudo, o secretário-geral das Nações Unidas disse que está disponível para conversar com a Administração Trump.