Quercus exige fim de subsídios públicos da União Europeia a combustíveis fósseis
"As duas grandes prioridades do orçamento da União Europeia para o período 2021-2027 devem ser a eficiência energética e as energias renováveis", refere o comunicado da Quercus.
A associação ambientalista Quercus juntou-se à Rede de Acção Climática Europeia (CAN-Europe) na exigência do fim dos subsídios da União Europeia aos combustíveis fósseis, afirmando que está em causa o cumprimento das metas do Acordo de Paris.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A associação ambientalista Quercus juntou-se à Rede de Acção Climática Europeia (CAN-Europe) na exigência do fim dos subsídios da União Europeia aos combustíveis fósseis, afirmando que está em causa o cumprimento das metas do Acordo de Paris.
"A União Europeia está a marcar passo na renúncia aos combustíveis fósseis e, mantendo-se o ritmo actual da transição energética em curso, não será possível cumprir os objectivos do Acordo de Paris", afirmou nesta quarta-feira a Quercus em comunicado, citando as conclusões da CAN-Europe – uma rede que a associação ambientalista portuguesa integra – a propósito do 2.º Relatório Sobre o Estado da União da Energia.
O documento divulgado nesta quarta-feira pela Comissão Europeia analisa os progressos feitos desde 2015 nesta matéria.
Criticando os avanços da União Europeia no que diz respeito ao cumprimento dos objectivos do Acordo de Paris, sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa, a Quercus exige o fim do financiamento aos combustíveis fósseis, "eliminando, de vez, os subsídios públicos".
"As duas grandes prioridades do orçamento da União Europeia para o período 2021-2027 devem ser a eficiência energética e as energias renováveis", refere o comunicado da Quercus.
O Acordo de Paris, alcançado em Dezembro de 2015 e que entrou em vigor em 4 de Novembro de 2016, estabelece compromissos da comunidade internacional para limitar o aquecimento global a um máximo de 2ºC acima dos valores médios da era pré-industrial.
A generalidade dos estudos científicos considera que se a temperatura global aumentar para valores mais de 2ºC acima dos existentes antes da revolução industrial provocará alterações climáticas severas e irreversíveis.
"O relatório mostra que a União Europeia está no bom caminho para cumprir as suas metas climáticas e energéticas para 2020, ultrapassando mesmo largamente os objectivos no caso dos objectivos climáticos. Também as metas definidas para 2030 são, de longe, muito modestas, podendo-se ir muito mais longe", refere a Quercus, que acrescenta que o documento é omisso sobre os métodos para atingir os objectivos do Acordo de Paris.