O musical como pesadelo recorrente

La La Land: estes “regressos” do musical começam a parecer-se com um pesadelo recorrente — lembrem-se de Chicago, lembrem-se de Os Miseráveis

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Estes “regressos” do musical começam a parecer-se com um pesadelo recorrente — lembrem-se de Chicago, lembrem-se de Os Miseráveis

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Estes “regressos” do musical começam a parecer-se com um pesadelo recorrente — lembrem-se de Chicago, lembrem-se de Os Miseráveis

La La Land, ao menos, não tem os olhos na “fórmula Broadway”, antes a ambição de evocar os clássicos hollyoodianos, o “musical integrado”, a expressão mais “cinemática do género. Mas depois, a relação que tem para estabelecer com isso e oferecer ao espectador é completamente pasmada, no tratamento da memória (é ver o segmento que evoca o Rebel Without a Cause, apagando a violência emocional do filme de Ray para o substituir por um romantismo pueril de festa de liceu) como no tratamento das personagens, ambas (Gosling e Stone) duma simplicidade que torna completamente inútil o “truque” dramático do final (a troca de olhares no “posfácio”): para aquele olhar fazer sentir alguma coisa era preciso que antes se tivesse sentido alguma coisa, a paixão por exemplo, e não se sentiu coisa nenhuma. Há momentos razoáveis, como aquele bailado na alvorada, em plano-sequência sobre uma falésia com vista para Los Angeles. Mas por cada momento razoável sobre uma imensa, e quase “escolar”, banalidade.

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