“As medidas cegas não baseadas em informação sólida tendem a ser ineficazes", avisa Guterres

Sem referir o nome de Donald Trump, o secretário-geral da ONU avisa que medidas discriminatórias podem "facilitar a propaganda das próprias organizações terroristas contra as quais todos queremos lutar”.

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Reuters/TIKSA NEGERI/Arquivo

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, defendeu, esta terça-feira, a necessidade de um controlo fronteiriço que não seja discriminatório. Sem referir o nome de Donald Trump, os comentários do antigo primeiro-ministro português parecem ser direccionados ao Presidente norte-americano, numa altura em que os EUA impediram temporariamente a entrada de refugiados e de imigrantes de sete países de maioria islâmica.

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O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, defendeu, esta terça-feira, a necessidade de um controlo fronteiriço que não seja discriminatório. Sem referir o nome de Donald Trump, os comentários do antigo primeiro-ministro português parecem ser direccionados ao Presidente norte-americano, numa altura em que os EUA impediram temporariamente a entrada de refugiados e de imigrantes de sete países de maioria islâmica.

“Os países têm o direito, até a obrigação, de gerir responsavelmente as suas fronteiras para evitar a infiltração de membros de organizações terroristas”, afirmou Guterres em comunicado. “Isto não pode ser baseado em nenhuma forma de discriminação relacionada com religião, etnia ou nacionalidade porque isso é contra os princípios fundamentais e valores em que se baseiam as nossas sociedades”, explicou, no entanto, o secretário-geral da ONU.

Um diplomata das Nações Unidas, falando sob a condição de anonimato, disse que as declarações de Guterres tinham, de facto, como objectivo comentar as recentes medidas de Trump.

“As medidas cegas não baseadas em informação sólida tendem a ser ineficazes, pois correm o risco de ser ultrapassadas pelo que hoje são movimentos terroristas globais”, continua António Guterres no comunicado.

Além disso, o antigo responsável pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados avisa que medidas discriminatórias arriscam-se a desencadear “uma ansiedade e uma raiva generalizada que podem facilitar a propaganda das próprias organizações terroristas contras as quais todos queremos lutar”.