Obama quebra o silêncio e diz que os "valores americanos estão em risco"
O antecessor de Trump rejeita quaisquer comparações entre a sua política de imigração e a nova, e apoia protestos que se espalham por todos os EUA.
O antecessor de Donald Trump na presidência dos EUA, Barack Obama, rejeitou, esta segunda-feira, comparações entre a sua política de imigração e a do novo inquilino da Casa Branca, e apoiou os protestos que se geraram, um pouco por todo o país, contra as restrições impostas pela nova administração.
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O antecessor de Donald Trump na presidência dos EUA, Barack Obama, rejeitou, esta segunda-feira, comparações entre a sua política de imigração e a do novo inquilino da Casa Branca, e apoiou os protestos que se geraram, um pouco por todo o país, contra as restrições impostas pela nova administração.
Donald Trump defendeu que a sua decisão de impedir a entrada de imigrantes de sete dos maiores países muçulmanos e a suspensão temporária da admissão de refugiados, teve como base uma decisão de 2011, por parte de Barack Obama, onde se impedia a admissão de iraquianos. A medida surgiu depois de ter sido provado que dois iraquianos, que procuravam garantir alojamento nos EUA, estavam ligados a actividade terrorista no Iraque. Os sete países agora identificados por Trump foram os mesmos que Obama assinalou, em 2011, como potenciais berços de terroristas.
Agora, o porta-voz do anterior Presidente dos EUA, Kevin Lewis, afirmou num comunicado que “no que diz respeito às comparações com as decisões de política externa do Presidente Obama, como já ouvimos antes, o Presidente discorda fundamentalmente com a noção de discriminação contra indivíduos por causa da sua fé ou religião”.
Sobre os protestos que se formaram assim que Trump assinou o decreto presidencial sobre a imigração, o porta-voz de Obama diz que o antigo Presidente está “animado com o nível de envolvimento a ocorrer em comunidades por todo o país”.
“No seu último discurso oficial como Presidente, ele [Obama] falou sobre o importante papel dos cidadãos e como todos os americanos têm a responsabilidade de serem os guardiões da nossa democracia – não apenas durante as eleições mas todos os dias”, lê-se no comunicado. “Cidadãos a exercerem o seu direito constitucional para se reunirem, organizarem-se e fazerem-se ouvir pelos seus dirigentes eleitos é exactamente o que nós esperamos ver quando os valores americanos estão em risco.”
Esta foi a primeira declaração de Obama desde que deixou a Casa Branca no passado dia 20 de Janeiro. E foi também a primeira crítica à administração Trump, quebrando uma tradição através da qual os antecessores colocam um travão nas declarações críticas aos seus sucessores. Por exemplo, lembra a CNN, George W. Bush permaneceu em silêncio durante todos os oito anos em que Obama serviu como Presidente dos EUA.