Mais três deputados do Labour vão votar contra saída da UE

A bancada dos deputados trabalhistas divide-se depois de o líder Jeremy Corbyn ter imposto disciplina de voto a favor de lei que abre caminho ao "Brexit".

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Jeremy Corbyn na conferência do Partido Trabalhista em Liverpool em Setembro do ano passado Reuters/DARREN STAPLES

Era uma crise anunciada, e começa a dar sinais de se confirmar, depois de o líder trabalhista Jeremy Corbyn ter imposto disciplina de voto quando for apreciada a legislação que permite concretizar o "Brexit", aprovado em 2016 em referendo.

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Era uma crise anunciada, e começa a dar sinais de se confirmar, depois de o líder trabalhista Jeremy Corbyn ter imposto disciplina de voto quando for apreciada a legislação que permite concretizar o "Brexit", aprovado em 2016 em referendo.

Primeiro foi a deputada do Labour Tuliq Siddiq que, na quinta-feira, anunciou a demissão do cargo de "ministra-sombra" para a cidade de Londres, dizendo que, como deputada de um círculo eleitoral em quetrês quartos dos eleitores votaram contra o "Brexit", não podia, no Parlamento, assumir uma posição contrária". Agora, além dela, outros três deputados trabalhistas pensam fazer o mesmo, escreve o Daily Telegraph.

Em declarações aos jornais regionais, Cambridge Evening News, Manchester Evening News e Business Insider, também Daniel Zeichner, "ministro-sombra" dos Transportes, Jeff Smith e Thangam Debbonaire disseram estar prontos a desafiar a disciplina de voto imposta por Jeremy Corbyn relativa à legislação que abre caminho à saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

O Supremo Tribunal britânico decidiu, na terça-feira, que o Governo dos Conservadores liderado por Theresa May só podia accionar o artigo 50 do Tratado de Lisboa – que desencadeia o processo de saída da UE –, após aprovação do Parlamento. Dois dias depois, a primeira-ministra Theresa May entregou em Westminster a proposta de lei para obter a autorização dos deputados da Câmara dos Comuns.

O texto inicial vai ser discutido e votado nas próximas terça e quarta-feira. Na semana seguinte, a 7, 8 e 9 de Fevereiro serão debatidas e aprovadas as propostas de alterações. A discussão na Câmara dos Lordes, que pode alterar o texto, não deverá começar antes de 20 de Fevereiro, depois de uma pausa prevista na actual sessão legislativa.

Já esta manhã, e perante os sinais crescentes de resistência na bancada trabalhista, Diane Abbott, dirigente do partido de Corbyn e "ministra-sombra" do Interior, defendeu numa entrevista de rádio à BBC que o Partido Trabalhista apoiava o "Brexit" porque era essa posição que reflectia as preocupações das zonas do país predominadas pela classe trabalhadora.

Abbott mencionou especificamente as zonas mineiras do Norte e do centro e ainda do sul do País de Gales, onde, argumentou, “as elites parecem ter evitado ouvir as posições” dos eleitores.