Ditador da Gâmbia esvaziou os cofres públicos antes de sair do país
O novo Governo acusa Yahya Jammeh de ter ficado com 11 milhões de dólares que levou consigo para o exílio.
O novo Presidente da Gâmbia, Adama Barrow, acusou o seu antecessor Yahya Jammeh de ter deixado os cofres públicos vazios, depois de ter abandonado o país este sábado. Segundo o Presidente, que por razões de segurança ainda permanece no Senegal, desapareceram cerca de 11 milhões de dólares (mais de dez milhões de euros).
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O novo Presidente da Gâmbia, Adama Barrow, acusou o seu antecessor Yahya Jammeh de ter deixado os cofres públicos vazios, depois de ter abandonado o país este sábado. Segundo o Presidente, que por razões de segurança ainda permanece no Senegal, desapareceram cerca de 11 milhões de dólares (mais de dez milhões de euros).
O abandono de Jammeh do poder, depois de várias semanas de tensão, em que o homem que governou a Gâmbia durante 22 anos deu sinais de não querer ceder a presidência, foi celebrado nas ruas da capital Banjul. Mas os novos governantes depressa descobriram razões para permanecerem inquietos.
A partir do Senegal, Barrow disse à rádio RFM que, “de acordo com as primeiras informações, não há dinheiro nos cofres” e afirmou que iria obter mais pormenores no regresso à Gâmbia. Um dos conselheiros de Barrow, Mai Fatty, disse que vários carros de luxo e outros objectos saíram do país num avião de carga do Chade assim que Jammeh partiu para o exílio.
“No momento em que estamos a tomar posse, o Governo da Gâmbia está em dificuldades financeiras”, concluiu Fatty.
Jammeh deixou o país no sábado tendo como destino a Guiné-Conacri. A intenção do ex-Presidente é exilar-se na Guiné Equatorial, cujo Presidente, Teodoro Obiang, terá disponibilizado um avião para o transportar. Porém, ainda não houve qualquer confirmação oficial de que Jammeh esteja já em Malabo.
Jammeh governou a Gâmbia durante 22 anos, onde subiu ao poder na sequência de um golpe militar. As eleições de 1 de Dezembro deram uma vitória surpreendente a Adama Barrow, líder de uma coligação da oposição. Depois de, num primeiro momento, ter aceitado a derrota, Jammeh voltou atrás e disse não reconhecer o resultado, alegando fraude eleitoral.
Durante várias semanas, a pressão internacional foi subindo de intensidade. Vários líderes de países da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) tentaram encetar conversações com Jammeh para negociar uma saída do poder, mas o homem que chegou a dizer que apenas Alá o poderia afastar manteve-se irredutível.
Nos últimos dias, uma força militar regional, formada sob o auspício da ONU e da CEDEAO, posicionou-se para entrar na Gâmbia e a Nigéria enviou um navio de guerra para uma zona próxima da costa do país.
A perspectiva de uma intervenção militar parece ter finalmente convencido Jammeh a aceitar os resultados eleitorais e, no sábado, o Presidente cessante partiu para a Guiné-Conacri. Barrow continua no Senegal, enquanto as tropas lideradas por aquele país vizinho da Gâmbia fazem os preparativos para que o novo líder possa tomar posse em segurança.