BCP quer aumentar base de investidores portugueses
Banco liderado por Nuno Amado iniciou a ronda para o aumento de capital, onde quer mais dinheiro nacional. Américo Amorim será um dos sondados.
O conselho de administração liderado por Nuno Amado tem andado a contactar investidores, nomeadamente portugueses, para subscreverem acções durante o aumento de capital do BCP que arrancou esta quinta-feira. Um dos visados será Américo Amorim, que foi, aliás, um dos fundadores da instituição, de onde saiu pouco depois, e que o banco vai contactar nos próximos dias.
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O conselho de administração liderado por Nuno Amado tem andado a contactar investidores, nomeadamente portugueses, para subscreverem acções durante o aumento de capital do BCP que arrancou esta quinta-feira. Um dos visados será Américo Amorim, que foi, aliás, um dos fundadores da instituição, de onde saiu pouco depois, e que o banco vai contactar nos próximos dias.
A operação de reforço do capital do segundo maior banco português, em 1,3 mil milhões de euros, termina a 2 de Fevereiro, com os direitos de transacção a estenderem-se até 30 de Janeiro. Espera-se que o resultado da oferta seja divulgado a 3 do próximo mês, abrindo a porta à saída do banco debaixo do chapéu do Estado, após o reembolso da última fatia do empréstimo estatal, de 700 milhões de euros.
Para além de permitir o fim do pagamento ao Tesouro da totalidade do financiamento público (que chegou a três mil milhões, em 2012), o aumento de capital fará com que o fundo chinês Fosun (dono da Fidelidade e dos hospitais Luz) suba a sua presença dos actuais 16,7% (investimento de 175 milhões de euros), para até 30%.
O PÚBLICO apurou ainda que, no final da operação, a Sonangol, a petrolífera estatal angolana, actualmente com 14,9%, se manterá como accionista de referência do grupo chefiado por Nuno Amado. Tal como a Fosun, também o grupo estatal angolano já foi autorizado pelo BCE a subir a sua presença até 30% do capital. Mas não se prevê, pelo menos para já, que dê esse passo.
Desconhece-se, mesmo, com que posição final pretende ficar: se mantém os actuais 14,9%; se vende parcialmente os direitos de subscrição, e reduz a sua presença; ou se reforça a participação. Dada que a empresa angolana está a ser alvo de um processo de reestruturação, o mercado não dá esta última solução como provável.
No âmbito do road show de apresentação do aumento de capital, a gestão de Nuno Amado tem desenvolvido contactos junto de investidores e de empresários portugueses. O objectivo é dar maior equilíbrio à estrutura accionista, na medida em que a Fosun se tornará quase dominante.
Daí as sondagens da gestão do BCP a outros potenciais investidores, sugerindo que tomem pequenas participações. Contactos que irão abranger o Grupo Amorim, que ao longo das décadas tem aparecido com posições sector bancário.
Em 1993, alegando divergência com o primeiro presidente, e promotor do projecto, Jardim Gonçalves, Américo Amorim deixou o BCP, onde estava desde o início. Mais recentemente, o grupo nortenho, agora chefiado pela filha de Américo Amorim, Paula Amorim, chegou a deter 5% do espanhol Banco Popular, que alienou, para assumir 25% do luso-angolano BIC, participação que, entretanto, também já vendeu. Hoje, está no Banco Luso-Brasileiro e no Banco Único, em Moçambique.