Patrões enviam cartas a Passos Coelho e apelam a recuo na TSU

Associações patronais pedem aos sociais-democratas que reconsiderem chumbo à medida negociada em concertação social.

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Associações ainda acreditam ser possível convencer o PSD a alterar a sua decisão LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O chumbo da redução da Taxa Social Única (TSU) no Parlamento está a levar alguns patrões a enviar cartas ao presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, exortando-o a recuar na decisão de votar ao lado da esquerda contra a descida da TSU para os empregadores, relata o Jornal de Negócios esta quinta-feira.

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O chumbo da redução da Taxa Social Única (TSU) no Parlamento está a levar alguns patrões a enviar cartas ao presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, exortando-o a recuar na decisão de votar ao lado da esquerda contra a descida da TSU para os empregadores, relata o Jornal de Negócios esta quinta-feira.

“Não estávamos a contar com esta posição do PSD, até pelo facto de, enquanto Governo, ter tido no seu programa a defesa da competitividade das empresas”, explica ao jornal o director-geral  da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), Paulo Vaz. A ATP, que agrega 500 empresas, já enviou uma carta ao líder social-democrata, detalhando que conta mais cinco ou seis apelos das estruturas da Confederação Empresarial de Portugal (CIP).

Outros sectores, como é citado o exemplo dos industriais da metalurgia e da metalomecânica (AIMMAP), optam por deixar o dossiê a cargo da CIP. Na agricultura, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) não apelou ainda ao recuo de Passos Coelho, mas não exclui a possibilidade de o fazer. João Machado, da CAP, sublinha que sem a descida da TSU “o acordo da concertação fica em risco e deixa de fazer sentido”.

A proposta apresentada pelo Governo quer aumentar a redução da taxa de 23,75% paga pelos empregadores de 0,75 pontos para 1,25 pontos, aliviando assim a sua contribuição como contrapartida pelo aumento do salário mínimo nacional de 530 para 557 euros no início de Janeiro.

A decisão de voto contra do PSD, que se junta aos partidos à esquerda do PS, obriga o Governo socialista a procurar uma alternativa que compense a medida que permitiu o acordo de concertação social.

Em declarações ao Jornal de Negócios, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, confessa que “ainda não está convicto” de que o acordo “não vá ficar reequilibrado”.

Hugo Soares, vice-presidente dos sociais-democratas, desvaloriza a pressão dos empregadores e afirma que “não se regista qualquer alteração aos contributos que é normal o PSD receber”. O também vice-presidente da bancada parlamentar acrescenta que o Governo “não pode agora querer que seja o PSD muleta da governação”.