Sophia, “para quem as árvores eram poesia”, é a homenageada da Feira do Livro do Porto
Escritora vai ter direito a uma árvore com o seu nome na Avenida das Tílias, nos jardins do Palácio de Cristal, onde a feira decorrerá, entre 1 e 17 de Setembro
Sophia de Mello Breyner Andresen é a homenageada da Feira do Livro do Porto deste ano. Em 2017 é para ela a tília que, simbolicamente, ano após ano, a Câmara do Porto tem oferecido ao escritor celebrado e é em torno dela que será construída a programação cultural da feira que regressa aos jardins do Palácio de Cristal entre 1 e 17 de Setembro.
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Sophia de Mello Breyner Andresen é a homenageada da Feira do Livro do Porto deste ano. Em 2017 é para ela a tília que, simbolicamente, ano após ano, a Câmara do Porto tem oferecido ao escritor celebrado e é em torno dela que será construída a programação cultural da feira que regressa aos jardins do Palácio de Cristal entre 1 e 17 de Setembro.
Na sessão de apresentação da feira, em que esteve acompanhado de um dos filhos da escritora, Miguel Sousa Tavares, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, relembrou Sophia como “um nome fundamental da literatura e cultura”, “muito querida” dos portuenses e alguém “para quem as árvores eram poesia”. Tudo razões suficientes para que a sua escolha como homenageada da feira deste ano fosse considerada como de “particular coerência e profundidade”.
A Galeria Municipal, onde decorreu a apresentação, vai receber uma exposição assente nos elementos naturais e no pensamento da poetisa, e Miguel Sousa Tavares irá participar no primeiro debate do ciclo que está a ser preparado para o que vem sendo designado, desde que a câmara assumiu a organização da feira, como um festival literário da cidade.
Desta vez nada será diferente, garantiu Rui Moreira, prometendo um programa cultural assente nos moldes dos anos anteriores, com cinema, exposições, debates e actividades para as crianças. Também o layout dos pavilhões destinados aos livros deverá manter-se, apesar de estar a ser pensada uma solução alternativa para o mobiliário que será disponibilizado aos alfarrabistas, explicou o autarca. “É importante que os livros deles possam ser manuseados, por isso estamos a olhar um pouco para esta situação”, disse.
Já Miguel Sousa Tavares explicou que ia falar pouco, mas com absoluta sinceridade, agradecendo a homenagem que se prepara para a mãe. “Considero a sua escolha profundamente feliz. Entre a minha mãe e a cidade do Porto houve sempre uma grande relação e o Porto tem retribuído com imensa gratidão o que foi uma grande lealdade e amor dela a esta cidade”, disse o jornalista e escritor. O filho de Sophia lembrou como, na sua obra, “tudo está intimamente ligado” ao Porto e congratulou-se pelo que considera ser uma ligação “intrínseca à Cultura das suas gentes”, e que vai muito para além da homenagem à autora. “O Porto tem sabido homenagear os seus homens de letras e artes”, disse.
As candidaturas de alfarrabistas, editores e livreiros para participar na Feira do Livro do Porto deverão decorrer, como de costume, “entre finais de Junho e inícios de Julho” e o número de pavilhões não deverá crescer. Uma opção “política”, segundo Rui Moreira, para quem um crescimento da feira iria “desvirtuar” a sua essência.
Entre os eventos culturais já divulgados está, além das iniciativas ligadas a Sophia, uma exposição dedicada ao poeta António Nobre, que irá abrir logo no dia 1, na Galeria Municipal, e um colóquio dedicado ao romancista Júlio Dinis e à sua relação com o Porto.
Sem querer criar expectativas em torno dos visitantes, o presidente da Câmara do Porto lembrou que o evento ao ar livre precisa sempre de um pouco de ajuda da meteorologia. No ano passado, “houve um número recorde”, lembrou, “mas só choveu uma noite”. Este ano, há que aguardar. “Temos tido sorte, esperamos continuar a ter, mas um dia teremos azar”, disse.