Aliança global para criar novas vacinas lançada em Davos
O objectivo é evitar epidemias como o Zika e o ébola e o investimento inicial é de 430 milhões euros.
Esta quinta-feira, no Fórum Económico Mundial, em Davos (Suíça), foi lançado oficialmente um esforço global para criar novas vacinas – a Aliança para Inovações de Prontidão para Epidemias (CEPI, na sigla em inglês). O investimento inicial, dos governos da Alemanha, do Japão e da Noruega e da Fundação Bill e Melinda Gates e da organização Wellcome Trust, é de cerca de 430 milhões euros.
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Esta quinta-feira, no Fórum Económico Mundial, em Davos (Suíça), foi lançado oficialmente um esforço global para criar novas vacinas – a Aliança para Inovações de Prontidão para Epidemias (CEPI, na sigla em inglês). O investimento inicial, dos governos da Alemanha, do Japão e da Noruega e da Fundação Bill e Melinda Gates e da organização Wellcome Trust, é de cerca de 430 milhões euros.
O objectivo desta aliança é desenvolver vacinas contra doenças infecciosas e assim combater mais rapidamente os surtos. “A CEPI também espera diminuir o tempo de desenvolvimento de novas vacinas contra vírus, que emergem repentinamente e ameaçam a saúde pública, como o Zika recentemente, capitalizando assim novas tecnologias para desenvolver vacinas e investindo em estruturas que possam responder rapidamente a agentes patogénicos desconhecidos”, refere um comunicado da Wellcome Trust.
“As recentes epidemias têm ensinado ao mundo que as doenças infecciosas são um caminho difícil e sem fronteiras. A União Europeia partilha com a CEPI o objectivo de desenvolver novas vacinas, que podem ajudar a evitar e travar futuras epidemias,” diz sobre a nova aliança Carlos Moedas, comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação, que foi a Davos.
Espera-se também que o financiamento de passa dos actuais 430 milhões euros para os 940 milhões de que a aliança necessita para os primeiros cinco anos. Até final de 2017, a CEPI procura financiamento público de outros governos e organizações. E diz estar receptiva a propostas de investigadores e empresas de todo o mundo.
Nos primeiros tempos, a CEPI irá centrar-se no coronavírus da síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS-CoV) e nos vírus de Lassa e de Nipah, que podem causar grandes epidemias. O objectivo é desenvolver duas propostas de vacinas para estas doenças, antes de se tornarem em epidemias. A CEPI também pretende desenvolver vacinas para os vírus do ébola e Zika. “O ébola e o Zika mostraram que o mundo não está preparado para se defender de surtos locais e responder suficientemente depressa para evitar pandemias globais”, afirma Bill Gates, também no comunicado.
A CEPI foi fundada em 2016, pelos governos da Índia e da Noruega, pela Fundação Bill e Melinda Gates, o Wellcome Trust e o Fórum Económico Mundial. Esta aliança elaborou quatro relatórios durante a última epidemia do ébola (entre o final de 2013 e Junho de 2016), o que contribuiu para o esforço de desenvolver vacinas contra este vírus, por agora todas ainda experimentais.
A CEPI é também financiada por empresas farmacêuticas, pela Organização Mundial da Saúde e os Médicos Sem Fronteiras, e é coordenada por grupos de investigação de vacinas nas universidades. “Há uma necessidade urgente de novas vacinas, de diagnósticos e tratamentos para evitar e tratar as infecções emergentes com potencial epidémico”, salienta Joanne Liu, presidente dos Médicos Sem Fronteiras.