Os garotos e a cidade

Ira Sachs, realizador de Homenzinhos, parece dar-se bem com a modéstia. Deus o guarde da tentação de projectos mais “rasgados.

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Homenzinhos: as angústias do crescimento

No fundo, não é muito diferente de Love Is Strange, embora a atenção esteja aqui concentrada num escalão etário consideravelmente mais baixo.

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No fundo, não é muito diferente de Love Is Strange, embora a atenção esteja aqui concentrada num escalão etário consideravelmente mais baixo.

Mas é ainda a relação entre a cidade moderna e a economia que comanda as operações narrativas, depois decididas por um olhar onde o realismo descritivo coabita harmoniosamente com os flashes líricos e ligeiramente transfiguradores.

É muito bonita a maneira como Ira Sachs lança as suas personagens na cidade (uma Brooklyn ela própria transfigurada em relação à sua história), mas o segredo está também na justeza dos actores, num sábio balanço entre o que é da ordem da “composição” e o depende, em exclusivo, de um modo de estar frente às câmaras (ou seja, de uma “presença”). Sachs parece dar-se muito bem com esta modéstia, modéstia também em termos de “escala”; Deus o guarde da tentação de projectos mais “rasgados”, porque em Homenzinhos sentem-se mais e melhor as angústias do crescimento do que, por exemplo, no tão celebrado Boyhood de Richard Linklater.