O que ficámos a saber graças a Manning
Da informação divulgada por Bradley/Chelsea Manning fazem parte centenas de milhares de documentos, entre os quais vídeos, relatórios militares ou correspondência de diplomatas americanos em todo o mundo.
Soube-se esta terça-feira que Chelsea Manning, a militar norte-americana que foi condenada a 35 anos de prisão por transmitir documentos confidenciais à WikiLeaks, vai ser libertada em Maio deste ano, depois de o Presidente, Barack Obama, lhe ter reduzido a pena, numa das últimas decisões antes de deixar a Casa Branca.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Soube-se esta terça-feira que Chelsea Manning, a militar norte-americana que foi condenada a 35 anos de prisão por transmitir documentos confidenciais à WikiLeaks, vai ser libertada em Maio deste ano, depois de o Presidente, Barack Obama, lhe ter reduzido a pena, numa das últimas decisões antes de deixar a Casa Branca.
Chelsea Manning nasceu como homem e com o nome Bradley Edward Manning e foi condenada a 35 anos de prisão por transmitir, no total, 700 mil documentos confidenciais à WikiLeaks, naquela que foi a maior fuga de informação de sempre nos EUA.
De entre os centenas de milhares de documentos que Manning transferiu para a plataforma de Julian Assange inclui-se um vídeo feito em 2007 durante um ataque de um helicóptero militar americano na capital iraquiana que resultou na morte de uma dúzia de civis, incluindo dois jornalistas; relatórios militares mostrando que o número de vítimas civis na guerra do Iraque era maior do que as estimativas oficiais; e, entre outros, correspondência de diplomatas americanos em todo o mundo, contendo impressões pessoais sobre os governos e países onde estavam colocados.
Aqui fica uma lista de parte da informação explosiva divulgada e que valeram uma sentença de 35 anos de prisão ao soldado Manning, e que a revista The Nation elaborou em 2013:
- O Presidente do Iémen afirmou que a sua força aérea realizou ataques aéreos contra militantes terroristas. No entanto, a informação era falsa, isto porque as operações foram realizadas pelos EUA, de maneira a que os americanos ficassem com o controlo da guerra contra o terrorismo no país.
- Detalhes sobre a maneira como o Vaticano tentou encobrir os casos de abusos sexuais ocorridos na Irlanda.
- As tentativas americanas para que a Espanha restringisse os inquéritos às torturas realizadas na prisão de Guantánamo.
- Torturadores egípcios eram treinados pelo FBI, quando o que era anunciado é que estavam a ser ensinados temas sobre os direitos humanos.
- Um memorando do Departamento de Estado dos EUA diz que o apoio americano à revolta popular nas Honduras em 2009 era “ilegal e inconstitucional”.
- Os EUA tinham conhecimento da corrupção generalizada nas mais altas instituições na Tunísia, em 2006, mas apoiou o Governo tunisino, considerando-o a grande referência para a estratégia a adoptar no Norte de África.
- A petrolífera Shell alega ter pessoal inserido e infiltrado no Governo da Nigéria.
- Os EUA pressionaram a União Europeia para aceitar a modificação genética.
- O vice-presidente do Afeganistão deixou o país com 52 milhões de dólares em dinheiro.
- Nível de espionagem americana nas Nações Unidas muito acima do conhecido e uma utilização intensa dos diplomatas no estrangeiro para recolha de informação.
- Os EUA mantiveram em segredo um potencial desastre ambiental, quando uma grande remessa de urânio altamente enriquecido na Líbia este perto de rachar e de lançar material radioactivo para atmosfera.
- Os EUA utilizaram, entre outras coisas, ameaças e espionagem para fazer valer os seus objectivos na conferência sobre o clima em Copenhaga.
- Israel queria levar a situação na Faixa de Gaza até “à beira do colapso”.