Professores-treinadores olímpicos e paralímpicos com redução de horário

Directores podem diminuir número de aulas dos técnicos até a um máximo de 75% da carga normal.

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Nelson Garrido

Os professores que são simultaneamente treinadores de atletas Olímpicos ou Paralímpicos podem agora gozar de uma redução no seu horário de aulas. Os docentes que cumpram as condições estabelecidas pelo Ministério da Educação com esta medida podem ficar com um quarto da carga lectiva normal, podendo dedicar o resto do tempo aos treinos. Há 16 técnicos que cumprem os critérios definidos no despacho da tutela que estabelece o novo regime.

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Os professores que são simultaneamente treinadores de atletas Olímpicos ou Paralímpicos podem agora gozar de uma redução no seu horário de aulas. Os docentes que cumpram as condições estabelecidas pelo Ministério da Educação com esta medida podem ficar com um quarto da carga lectiva normal, podendo dedicar o resto do tempo aos treinos. Há 16 técnicos que cumprem os critérios definidos no despacho da tutela que estabelece o novo regime.

Para usufruírem da diminuição do número de aulas, os professores-treinadores têm que pertencer aos quadros de escola. A decisão final é depois tomada pelo director de cada estabelecimento de ensino, que pode reduzir o horário do docente entre 50 a 75% do tempo lectivo completo.

Nuno Alpiarça é um dos 16 professores que cumpre os critérios definidos. É professor na EB 2,3 Fernando Pessoa, em Lisboa, e está ligado ao movimento paralímpico desde 1993. Primeiro, foi atleta-guia de Carlos Lopes, o atleta  português mais medalhado de sempre; actualmente treina Luís Gonçalves, medalha de bronze nos Jogos do Rio de Janeiro no ano passado nos 400m da classe T12 (deficiência visual). “É a primeira vez em 23 anos em que tenho algum tipo de vantagem na escola”, sublinha.

O técnico de atletismo dá um exemplo daquilo que a redução no número de aulas que terá que dar lhe permitirá fazer: “Com o horário que tinha, havia dois dias por semana em que não conseguia estar com o Luís Gonçalves, o que é muito significativo para um atleta do nível dele. Agora já vou poder”.

A isenção de horários já se aplica desde o início do ano lectivo, na sequência de um despacho do Secretário de Estado da Juventude e do Desporto,  João Paulo Rebelo, mas foi apenas comunicada às escolas. Esta será um das medidas de apoio do desporto na escola que vai ser apresentadas pelo Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, durante numa visita que fará, esta segunda-feira, à Secundária Amélia Rey Colaço, em Linda-a-Velha, uma das qyatro envolvidas no projecto-piloto das Unidade de Apoio ao Alto Rendimento na Escola (ver texto à parte), outra das novidades introduzidas este ano pela tutela.

Quando o ministro estiver a chegar à escola Amélia Rey Colaço, José Uva já estará a sair da Secundária José Augusto Lucas, também em Linda-a-Velha. É ali que o treinador de Patrícia Mamona, campeã europeia do triplo salto, que foi 6ª classificada nos Jogos Olímpicos do Rio, é professor. Com a redução de horário de que passou a usufruir, tem agora apenas duas turmas, dando aulas das 8h00 às 10h00, todos os dias.

O resto do tempo pode dedicá-lo ao treino. “Isto é muito útil às nossas necessidades e às dos atletas”, valoriza Uva, que até agora tinha que conciliar horários e fazer escolhas para a carreira de Patrícia Mamona em função da sua própria disponibilidade como professor. Por exemplo, privilegiava a participação em provas na Europa, que lhe permitissem minimizar o número de dias em que tinha que falta às aulas ou concentrar os estágios mais prolongados nos períodos de férias de Natal e de Páscoa: “Vamos poder planear a nova época de forma diferente”.