Canadá: refugiado em 1993, ministro em 2017
Entre os novos ministros de Trudeau, há um que se destaca: Ahmed Hussen, antigo refugiado somali, vai ficar a cargo da pasta da Imigração, Refugiados e Cidadania.
O novo Ministro da Imigração, Refugiados e Cidadania do Canadá é um antigo refugiado somali que chegou ao país há 20 anos, fugido da guerra civil. O novo elenco de ministros de Justin Trudeau, anunciado na terça-feira e composto de forma paritária (com seis homens e seis mulheres), conta também com um tenente-coronel Sikh e com uma ministra dos Negócios Estrangeiros de origem ucraniana.
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O novo Ministro da Imigração, Refugiados e Cidadania do Canadá é um antigo refugiado somali que chegou ao país há 20 anos, fugido da guerra civil. O novo elenco de ministros de Justin Trudeau, anunciado na terça-feira e composto de forma paritária (com seis homens e seis mulheres), conta também com um tenente-coronel Sikh e com uma ministra dos Negócios Estrangeiros de origem ucraniana.
Ahmed Hussen será o novo ministro da Imigração, Refugiados e Cidadania de Trudeau. Vai substituir John McCallum, que assumirá funções enquanto embaixador do Canadá na China. Hussen, de origem somali e também ele refugiado, chegou ao país em 1993, aos 16 anos.
Hoje, com 41, é advogado e activista político, dedicando-se a assuntos relacionados com as leis de imigração e refugiados. Enquanto activista, foi uma peça indispensável para a aprovação de um plano de reactivação urbana, com vista à criação de habitações dignas para a comunidade de um bairro social de maioria negra em Toronto, Regent Park, onde viveu. Já integrou o Comité para a Justiça e Direitos Humanos canadiano e a Associação Parlamentar Canadá-África.
Foi o primeiro refugiado (e também o primeiro somali) a ser eleito para o Parlamento canadiano, em 2015, pelo Partido Liberal Democrata, no distrito de York-South Weston. Agora comprometeu-se a oferecer a sua “experiência como imigrante” mas também como advogado em matéria de migração enquanto “alguém que trabalhou durante muitos anos como activista e defensor da comunidade”, disse, citado pelo canal CBC.
À imprensa, Hussen disse que a sua trajectória de vida muda a maneira como vai enfrentar esta nova etapa. “Estou muito orgulhoso da História do nosso país enquanto um lugar de asilo, um lugar que abre as suas portas e corações a novos imigrantes e refugiados, e estou especialmente orgulhoso por me tornar o ministro dessa pasta”, disse, segundo o Toronto Star.
O director executivo da Associação de Ajuda ao Imigrante Somali de Toronto, Mahad Yusef, celebrou a decisão de Trudeau. “É uma boa notícia para a nossa comunidade”, afirmou Yusef. “Era algo que que precisávamos mesmo, não só a comunidade somali, mas toda a comunidade negra”, afirma, salientando, também, a importância da representação somali no Governo.
De acordo com Toronto Star, o Canadá acolheu um total de 300 000 imigrantes em 2016 e prevê-se que o número seja semelhante em 2017. Durante a chefia do seu John McCallum, o país aceitou também 40.000 refugiados sírios.
Anunciado na terça-feira em Otava por Justin Trudeau, o novo elenco de ministros é um exemplo de multiculturalidade e diversidade. A pasta da defesa fica nas mãos do tenente-coronel Harijt Sajjan, que será também o primeiro Sihk a tornar-se ministro da Defesa. O Ministério dos Negócios estrangeiros ficará nas mãos de Chrystia Freeland, de origem ucraniana e crítica acérrima da Rússia de Putin.